Este artigo aborda como são construídas as identidades discursivas das personagens secretárias no conto “Caso de Secretária”, de Carlos Drummond de Andrade, e na música “Secretária”, de Amado Batista. A pesquisa tem como objetivo principal desvelar como os imaginários sociais evocados favorecem a construção de identidades estereotipadas em que a profissional de secretariado é subalternizada em decorrência de seu gênero social. Nesse contexto, buscamos compreender as relações estabelecidas entre imaginários sociais e identidades discursivas das personagens, e as formas dos sujeitos enunciadores se relacionarem com as alteridades que os constituem. A metodologia adotada foi qualitativa, por meio de uma abordagem discursiva e interpretativa, a fim de se considerar os contextos socioculturais em que os discursos foram produzidos. Os pressupostos teóricos de Bernardino e Nunes (2013), Camargo (2021), Charaudeau (2017), Sabino e Bezerra (2019) serviram como principal referência para o desenvolvimento das análises expostas ao longo desta pesquisa. Os resultados apontam que a construção de identidades discursivas estereotipadas está diretamente ligada a imaginários sociais que reforçam estigmas e a subalternização da secretária e da mulher em esferas organizacionais.