O processo de decisão da mãe sobre a cirurgia cardíaca para o filho

Abstract

Esta pesquisa investigou atitudes maternas na decisão da cirurgia cardíaca paliativa para o filho. Com referencial da pesquisa clínico-qualitativa, entrevistou-se duas mães de crianças cardíacas submetidas à cirurgia paliativa. Observou-se atitudes de hesitação, questionamento, recusa da realização da cirurgia e atitudes de não pensar e aceitação imediata do procedimento. A partir da psicanálise, analisou-se a recusa da realização da cirurgia como recusa-reflexão: esta não seria uma defesa psíquica ou uma reação precipitada da mãe, mas uma atitude possível, nem sempre definitiva e que auxiliaria na assimilação dos acontecimentos, às vezes traumáticos, relativos à decisão. Entendeu-se a decisão como um processo, sendo um momento oportuno de reflexão para que a mãe e a família tomem uma decisão ponderada e consequente.

Efeitos psicológicos da cardiopatia congênita nos familiares de crianças cardiopatas

“…Estar nessa situação já é difícil por si, piora ao se estar em uma cidade diferente, cercada por desconhecidos e tendo que tomar decisões, muitas vezes emergenciais. Isso pode levar a uma situação de vulnerabilidade emocional e em dificuldades para avaliar e decidir ações para se ter com o filho doente, diferente do que acontece a uma mãe que esteja em seu ambiente conhecido e amparada por familiares, os quais, além de dividir os cuidados da criança doente, ajudariam também na interlocução com os médicos (Reze, 2014).…”

“…É importante que os familiares possuam todas as informações acerca do procedimento, as vantagens e desvantagens, para que tomem decisões mais refletidas de uma forma ou de outra. Reze (2014) concluiu que apegar-se unicamente aos aspectos positivos é uma forma do ego afastar de si a percepção consciente dos aspectos dolorosos e negativos das experiências, mas a evitação dos aspectos negativos faz com que estes se manifestassem no significado latente do discurso materno, havendo uma ambivalência de sentimentos nas atitudes perante a morte. Uma decisão plena implica em considerar ambas as tendências -de aceitação e de recusa.…”

Análise Da Antropometria, Da Aptidão Física E Sua Relação Com Nível De Atividade Física Habitual De Acadêmicos Ingressantes Em Cursos Da Área Da Saúde

“…Assim, a ansiedade materna é inevitável, tendo em vista que a cardiopatia congênita envolve uma série de condições desfavoráveis ao binômio mãe-bebê promovendo a fragilidade do vínculo materno em decorrência da possibilidade de cirurgia, procedimentos, probabilidade de complicações, risco de intercorrências, infecções ou sequelas, prognóstico incerto e um processo de recuperação e reabilitação (REZE, 2014).…”