Repasse cambial na indústria de transformação brasileira: uma análise para preços de importações e ao atacado - 1999 a 2012

Abstract

ResumoA mensuração do efeito das variações cambiais para os preços é o objetivo da literatura de repasse cambial, sendo este tema de interesse tanto acadêmico quanto dos formuladores de política econômica. Este trabalho produz estimativas do repasse cambial para os preços de importação e para os preços no atacado da produção dos diferentes setores da indústria de transformação brasileira em um contexto de equações simultâneas baseado em uma amostra para o período de 1999 a 2012. Os resultados aqui obtidos indicam a superioridade da estimação em sistema, demonstrada por meio de sua adequação à teoria, bem como pelos valores obtidos. O grau de repasse cambial médio aos preços de importação foi de 0,633, enquanto o grau de repasse cambial aos preços ao atacado estimado foi de 0,181. Os resultados setoriais demonstram também que os setores com maior repasse cambial são aqueles produtores de bens de capital e de bens intermediários.Palavras-chave: Taxa de câmbio; Repasse cambial; Preços industriais; Preços de importação; Cointegração. Abstract Exchange rate pass-through in the Brazilian manufacturing industryThe objective of the literature on exchange rate pass-through is to measure the effect that the changes in the exchange rate have on prices. This topic is in the interest of both academics and policy makers. This paper produces estimates of exchange rate pass-through for import and wholesale prices of the different sectors of the Brazilian manufacturing industry during the period of 1999 to 2012. The reported results indicate the superiority of estimation in the system, demonstrated by its suitability to the theory, as well as the obtained values. The average level of import prices to exchange rate pass through was 0.633, while for the wholesale prices the estimated exchange rate pass through was 0.181.The sectoral results also demonstrate that the sectors with higher pass-through are producers of capital goods and intermediate goods sectors.

Impacto dos choques macroeconômicos sobre o setor industrial cearense: uma abordagem utilizando o modelo de vetor de correção de erro

“…Por outro lado, Junior et al (2016) encontrou que os repasses cambiais para os setores da indústria de transformação brasileira estão associados ao nível de proteção do mercado doméstico. Além disso, o forte grau de repasse para os preços ao atacado mostrou-se relacionado ao coeficiente de insumos importados 6 da indústria de transformação.…”

“…Além do efeito direto do câmbio sobre os produtos comercializados no mercado internacional, a taxa de câmbio também influencia indiretamente o nível preço das manufaturas através de dois mecanismos: o primeiro relacionado ao uso de insumo industrial importado, e em segundo, pelas exportações de produtos industriais. Pelo lado das importações, os trabalhos de Junior et al (2011) e Junior et al (2016), mostraram que a atividade industrial tem recebido impactos das variações cambiais por meio do aumento dos custos relacionados a importação de insumos, principalmente, insumos para produção de bens duráveis e intermediários, refletindo diretamente nas margens de lucro dos produtores. Já pelo lado das exportações, Berman et al (2012) e Correia (2012) observaram que a indústria é afetada através do canal das receitas e do volume exportado, já que oscilações no câmbio tendem a modificar os preços praticados no mercado internacional, e assim, a margem de lucro das empresas exportadoras.…”

Repasse cambial para os preços de importação e ao atacado da indústria brasileira: uma análise via Global VAR

“…Potter (1996) tinham interesse em oferecer uma forma de análise dos efeitos de choques para modelos multivariados não-lineares, já que utilizar os métodos tradicionais produz respostas ao impulso dependentes do passado das variáveis e do choque. Em contrapartida, o passado não afeta a resposta do sistema a choques nos modelos lineares (propriedade de independência da história), demandando tal nova resposta para a análise vinda com a GIRF.Como as vantagens desse novo tipo de análise de resposta ao impulso também facilitam a avaliação de modelos lineares, Pesaran e Shin (1998) dedicam-se a desenvolver formalmente a GIRF para o caso dos modelos VAR, considerando também o caso em que há cointegração.…”

“…Além disso, mostra-se a relação que existe entre a OIR e a GIRF, apesar desta abordagem em si não buscar a identificação dos choques de acordo com um sistema canônico ou com a teoria econômica por trás do problema abordado (CHUDIK; PESARAN, 2016). De tal modo, a resposta ao choque construída é uma média do que poderá ocorrer dado presente e passado(KOOP;PESARAN;POTTER, 1996), ou seja, é um exercício contrafactual em que as correlações entre os choques são assumidas como dadas (CHUDIK; PESARAN, 2016).…”