“…Há mais de três décadas, a ciência política brasileira avançou consideravelmente nos estudos eleitorais diante do contexto desafiador de redemocratização do país, o que demandou uma ampla agenda de pesquisa novamente voltada a compreender a construção democrática no Brasil (Arantes & Couto, 2008;Melo & Sáez, 2007;Dagnino, 1994;Kinzo, 1980;Limongi & Figueiredo, 1999;Boschi, 1987) A segunda experiência democrática do nosso país segue seu rumo com "arranhões" visíveis diante de tensões e desafios permanentes, embora tenhamos sobrevivido com instituições poliárquicas em pleno funcionamento até aqui. No entanto, o ciclo político vivido pelas instituições nos últimos anos e operado a partir das manifestações de junho de 2013 apontam para uma crise de representação (Singer, 2018;Souza, 2018), mas vai além: a vitória do então deputado federal ultradireitista Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais de 2018 foi a expressão da ascensão de forças políticas antidemocráticas que encerraram a polarização entre PT e PSDB que perdurou por 20 anos .…”