“…O trecho, além de mobilizar o repertório da criança receptora a respeito de suas conhecidas histórias infantis, sugere que esse tipo de autoridade absoluta, contemplando as descrições benevolentes, corresponde unicamente ao universo idealizado. Indiretamente, problematiza-se a excessiva ingenuidade atribuída à infância na tradição literária, que é novamente mobilizada no final do livro, ao aconselhar as meninas, caso sejam princesas, para que não beijem sapos, pela possibilidade de algum deles assumir a forma do "reizinho mandão" (ROCHA, 1982). Dessa forma, novamente tornam-se ambíguas as fronteiras entre o mundo adulto e o infantil no texto literário, cujas fissuras e sugestões multiplicam potencialidades significativas.…”