A trajetória municipal de preservação do patrimônio cultural edificado em São Paulo teve início nos anos 1970 e possui uma ligação histórica com o setor de planejamento urbano, mais precisamente com o instrumento do zoneamento. A decisão de iniciar essa trajetória por meio do zoneamento não é, no entanto, isenta de discordâncias ou tentativas divergentes, mas é lastreada por uma série de fatores que se relacionam com o contexto de discussões e experiências preservacionistas do período, levando em consideração as circunstâncias políticas e a posição privilegiada que esse instrumento havia conquistado perante a administração municipal. O presente artigo busca apontar esses fatores e discutir as circunstâncias que antecederam e possibilitaram a criação do primeiro instrumento depreservação do patrimônio cultural na cidade: a zona especial Z8-200, criada em 1975. Implementada antes mesmo da instituição do tombamento municipal, a Z8-200 foi fundamental para a proteção de uma série de edificações em São Paulo, sendo extinta em 2002, quando foi incorporada pela atual Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC).