“…Ainda que a educação brasileira continue problemática em muitos aspectos (Jacobus, Vitelli, & Fritsch, 2019;Favato & Ruiz, 2018), não deixam de ser bastante significativa, no que diz respeito ao nosso interesse de pesquisa, algumas mudanças registradas pelo INEP (2018), entre as quais pode-se destacar a progressiva diminuição da diferença de escolaridade média entre homens e mulheres, bem como o fato da porcentagem de mulheres que finaliza o ensino superior já ultrapassar a dos homens. Certamente, o aumento do nível de escolaridade feminino, em nosso país, é um fenômeno multideterminado de grande interesse, que provavelmente se associa à queda da fecundidade, da morbidade e da mortalidade das mulheres e seus filhos (Beltrão, 2002), bem como ao advento dos movimentos feministas (Barros & Mourão, 2018;Pessoa & Borges, 2018). Contudo, para os efeitos do presente trabalho, parece-nos suficiente demonstrar que o aumento da presença feminina no corpo discente das universidades veio modificar as feições do próprio mercado de trabalho, de modo que encontramos hoje mulheres que ocupam postos tradicionalmente vistos como masculinos.…”