A pandemia da Covid-19 atingiu vários setores da sociedade laboral, principalmente a educação e a atividade docente. As dificuldades com a produtividade científica feminina na universidade, que enfrentava a sobrecarga do trabalho doméstico e familiar, se acentuaram no modelo home office. O objetivo geral deste trabalho consistiu em compreender como a pandemia do Coronavírus - Covid-19 -, impactou a produtividade das professoras nos programas de pós-graduação das áreas de Ciências Humanas na UFS. Adotou-se a metodologia quali-quantitativa na interpretação das informações quantitativas e dos dados qualitativos via observação, interação participativa e análise do discurso dos sujeitos. Foi estudada a produtividade de 72 professoras, de dez programas de mestrado e doutorado, com vínculos nas licenciaturas no período de 2019 a 2021. Foram coletados dados no portal institucional da UFS e nos Currículos Lattes do CNPq. Identificou-se que apenas um programa teve a produção feminina duramente impactada pelos efeitos da pandemia, configurando 10% da amostra, enquanto 40% das docentes conseguiram manter uma constância com índices mais baixos. Aproximadamente 20% retomaram o crescimento após uma queda brusca e 15% já demonstravam baixa produtividade antes da pandemia. O destaque ocorreu com 15% de docentes que elevaram muito seus níveis. O resultado reporta a sobrecarga de trabalho em casa, o adoecimento, a perda de sentido, o isolamento e a visão de produção como terapia de desligamento da realidade de medo e morte experimentada no mundo. Diante da baixa representatividade quantitativa das mulheres em alguns departamentos e programas de pós-graduação, faz-se necessária a adoção de políticas públicas institucionais para o fortalecimento da presença feminina na docência, de sua pesquisa e produtividade científicas no ensino superior, bem como o acompanhamento na mudança dos comportamentos de exclusão por homens que ocupam o status quo na universidade.