No século XXI, a persistente pandemia de HIV/Aids representa um desafio global para a saúde pública, exigindo ações focadas em prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos avançados. Desde a década de 90, progressos significativos como a otimização da terapia antirretroviral (TARV), a introdução de testes rápidos, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) transformaram o HIV em uma condição gerenciável, além de reduzirem o número de novas infecções. Contudo, a crescente incidência entre jovens que muitas vezes dispensam o uso de preservativos, ressalta a urgência de uma abordagem de prevenção combinada, permitindo que as pessoas adotem múltiplas estratégias de proteção contra o HIV. Este estudo abordou as características sociodemográficas e epidemiológicas dos usuários de PrEP em Ponta Grossa, Paraná, com foco na assiduidade ao tratamento. A pesquisa transversal quantitativa, que analisou 239 usuários cadastrados no SAE/CTA local, identificou como perfil predominante homens brancos, cisgêneros, homossexuais, com pelo menos 12 anos de escolaridade. Uma associação estatisticamente significativa foi observada entre a assiduidade à PrEP e o município de nascimento dos participantes (p=0,0087), enfatizando a influência de fatores locais na adesão ao tratamento. O conhecimento detalhado do perfil dos usuários de PrEP, é crucial para o desenvolvimento e ajuste de políticas públicas direcionadas. Os achados sublinham a necessidade de implementar estratégias de prevenção ao HIV/Aids eficazes e acessíveis. A PrEP surge como um instrumento fundamental na diminuição da transmissão do HIV, ainda que demande esforços persistentes para ampliar sua adesão, particularmente entre grupos-chave e prioritários. A pesquisa destaca a importância de adaptar as estratégias de combate ao HIV/Aids às especificidades locais, visando uma resposta efetiva à epidemia. Essa necessidade de adaptação reflete a complexidade do combate ao HIV/Aids, que vai além do acesso a medicamentos. Envolve compreender as possíveis barreiras culturais, socioeconômicas e educacionais que podem impactar na adesão e a eficácia das intervenções de saúde pública. A assiduidade à PrEP sugere que fatores como a disponibilidade de serviços de saúde, a sensibilização da comunidade sobre o HIV são elementos fundamentais para a manutenção da terapia.