Fragilidade em pessoas idosas atendidas na atenção secundária: fatores associados

Abstract

Resumo Objetivo Avaliar a associação entre características sociodemográficas, econômicas, clínicas e comportamentais e o grau de fragilidade de pessoas idosas atendidas na atenção secundária à saúde. Método Estudo transversal, analítico, realizado entre maio e setembro de 2018, com 376 pessoas idosas atendidas em um Centro de Especialidades Médicas de Belo Horizonte (MG, Brasil), selecionadas pelo método de amostragem aleatória sistemática. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e testes da avaliação do fenótipo de fragilidade, sendo analisados por meio de estatística descritiva, análise bivariada e multivariada, com o Modelo de Chances Proporcionais. Resultados A prevalência de fragilidade foi de 25,3%. As variáveis significativamente relacionadas com a maior chance da presença de fragilidade na pessoa idosa foram: sexo feminino, baixa escolaridade, internação e quedas nos últimos 12 meses, uso de dispositivo de auxílio à marcha e ausência de prática de atividade física. Conclusão O conhecimento dos fatores associados à fragilidade permite melhorar o planejamento das ações de saúde, intervir nos fatores modificáveis que estão relacionados com a fragilidade, prevenindo sua instalação, a ocorrência de eventos negativos decorrentes dessa síndrome ou mesmo reverter seu estágio. Os resultados demonstram a importância dos gestores dos serviços de atenção secundária, implantarem uma metodologia de identificação da fragilidade em pessoas idosas, bem como, um modelo de cuidado ao idoso frágil para acompanhamento e monitoramento das condições clínicas.

Caracterização da sarcopenia e doenças autorrelatadas em idosos domiciliados no interior do Amazonas

“…Algumas características socioeconômicas, como sexo e escolaridade, estão associadas à presença de sarcopernia e risco de fragilidade (Costa, 2020). A maioria dos idosos deste estudo fazem uso de pelo menos uma medicação, o que corrobora os estudos de Pegorari (2014), que associam esta faixa etária e o uso de um a quatro medicamentos como fatores associados à pré-fragilidade e fragilidade.…”

“…A maioria dos idosos avaliados em seus domicílios são do sexo feminino e analfabetos. Segundo Costa (2020), isso se dá pois o sexo feminino tem 1,9 vezes de chances a mais de pertencer a uma classe de maior fragilidade do que pessoas do sexo masculino. Costa (2020) também afirma que a pessoa idosa que não dispõe de escolaridade, tem 2,9 vezes mais chance de pertencer a uma classe de maior fragilidade.…”

“…Nos estudos de Tan (2007), realizados com 115 pacientes com mais de 65 anos, avaliados pelas ferramentas de triagem de fragilidade SARC-F e Edmonton, em seus achados, 87,1% dos pacientes frágeis eram sarcopênicos, enquanto 47,1% dos pacientes sarcopênicos eram frágeis. A presença de quedas é uma das variáveis avaliadas no SARC-F; quedas estas que, segundo Costa (2020), são apontadas, na literatura nacional e internacional, com um dos fatores associados à síndrome da fragilidade.…”

“…Muitos idosos deste estudo caíram pelo menos uma vez nos últimos 12 meses, o que corrobora os estudos de Costa (2020) em que a presença de quedas foi uma das variáveis significativamente relacionadas com a presença de fragilidade. Os resultados deste estudo mostram que há a presença de doenças neste grupo de idosos, e que essas comorbidades podem estar associadas com sarcopenia e fragilidade.…”

“…A literatura nacional e internacional aponta que as comorbidades são um dos fatores que se associam à síndrome da fragilidade (Costa, Santana, & Soares, 2020). Lang et al (2010) afirmam que a sarcopenia tem importantes implicações para a saúde e também para as condições socioeconômicas dos idosos, uma vez que contribui para a fragilidade, perda funcional, dependência, bem como aumenta os custos dos cuidados de saúde.…”