Caracterização epidemiológica da hepatite B em idosos

Abstract

Resumo Objetivo Caracterizar o perfil e identificar os fatores associados à Hepatite B na população com 60 anos ou mais de idade da região Sudoeste do Paraná, Brasil. Método Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e inferencial que analisou quantitativamente dados secundários obtidos através do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), entre 2007 a 2017. Resultados A Hepatite B foi mais frequente em homens, com baixa escolaridade e em indivíduos que exerciam atividade ligada à agricultura. A maioria dos casos foi notificada entre 2013 a 2017 e em sujeitos que reportaram exposição a material biológico. No modelo multivariado de regressão logística, as infecções pelos vírus da hepatite B foram associadas à raça/cor não branca (OR: 2,89; IC95% 1,07 – 7,87), ao histórico de realização de transfusão sanguínea (OR: 14,51; IC95% 5,44 – 38,74), em residentes de municípios de 10 a 20 mil habitantes (OR: 4,57; IC95% 1,59 – 13,12) e de municípios entre 20 a 50 mil habitantes (OR: 4,33; IC95% 1,61 – 11,56). Conclusão A caracterização dos possíveis fatores de risco para hepatite B nessa população podem subsidiar ações mais eficazes de prevenção e promoção de saúde, bem como fomentar estudos específicos que possam guiar políticas de atenção integral ao idoso.

Panorama Epidemiológico De Casos Confirmados De Hepatite B No Brasil De 2014 a 2018

“…Além disso, o presente estudo também revelou um número significativo de adultos (20 a 59 anos) contaminados com o vírus da hepatite B. Esse fato é reforçado por diversos estudos que mostram que tal população é a mais exposta ao vírus, e, consequentemente, mais infectada devido ao baixo índice de vacinação e ao estilo de vida, como relações sexuais sem preservativo, uso de drogas injetáveis e tatuagens 1,2,5,17,18 . E, ainda, a população idosa, apresentou números elevados de casos confirmados e os maiores índices de mortalidade dentre as faixas etárias.…”

“…Essa população, além de se expor mais ao vírus pela falta de informação sobre o contágio e estilo de vida suscetível a infecção, possui o menor índice de vacinação 24,25 . Sendo assim, regiões com menor índice de desenvolvimento possuem maiores números de casos confirmados, e consequentemente, maiores taxas de mortalidade, como Norte e Nordeste 5 . A região norte possui a maior área de endemicidade do país devido a essas condições sociais e econômicas, em consequência de grandes áreas remotas e ribeirinhas 26 .…”

“…A infecção causada por esse vírus, chamada de hepatite B, é um grande problema de saúde no Brasil e no mundo 3,4 . As hepatites virais, destacando-se a B, superam as outras doenças infectocontagiosas em números de mortes 5 . Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais de 2 bilhões de pessoas, um terço da população mundial, estiveram ou estão contaminadas pelo HBV e referem também que esse vírus acarreta mais de 600 mil óbitos por ano 1,5 .…”

Perfil epidemiológico da hepatite B em Alagoas no período de 2010-2020

“…A infecção aguda pelo VHB é caracterizada pela presença de anticorpos contra o antígeno de superfície do vírus (HBsAg) e imunoglobulina M (IgM) contra o antígeno central (HBcAg). Na fase inicial da infecção, os pacientes também são soropositivos para o antígeno "e" (HBeAg), enquanto a infecção crônica é caracterizada pela presença do HBsAg por mais de seis meses, sendo sua persistência o principal marcador de risco para complicações da doença hepática 8 .…”

“…Apesar disso, a adesão à vacinação na população adulta ainda é reduzida, a chamada hesitação vacinal 10 . Além disso, é possível inferir que, com o avanço da idade ocorre uma depreciação da imunidade e a resposta do organismo à vacina será prejudicada, o que pode ser considerado um verdadeiro impasse para o processo de imunização 8,11 .…”