Comportamento Dos Bancos E Ciclo De Crédito No Brasil Em 2003-2016: Uma Análise Pós-Keynesiana Da Preferência Pela Liquidez

Abstract

Resumo Este artigo analisa o comportamento do setor bancário no ciclo recente de crédito no Brasil (2003-2016), caraterizado pelo boom e a desaceleração, a partir da abordagem pós-keynesiana de preferência pela liquidez desenvolvida por Keynes e Cardim de Carvalho e da hipótese de fragilidade financeira de Minsky. Sustenta-se que o comportamento dos bancos e o ciclo de crédito seguiram, grosso modo, o padrão estabelecido por essa teoria. Contudo, a aplicação dessa abordagem à realidade dos bancos no Brasil impõe que se levem em conta especificidades institucionais e macroeconômicas que desempenharam um papel destacado no período analisado, tais como inovações financeiras, spreads elevados, existência de um circuito de overnight e importância dos bancos públicos.

Credit, output and financial stress: A non‐linear LVSTAR application to Brazil

“…Declining base rates, improvement in market expectations, capital inflow, and institutional innovations were relevant drivers of this process. It also supports the interpretation of the economic stagnation since 2015 as the outcome of generalized uncertainty and retraction in the banking sector (De Paula & Alves, 2020).…”

“…Institutional innovations in the credit system, such as the introduction of payroll‐deducted loans and advances in collateral regulation, also contributed to expanding the supply of credit (Mora, 2015). To a great extent, these features explain the prominence of private credit in leading the expansion (De Paula & Alves, 2020). At the end of the period, the total credit‐to‐GDP ratio reached almost 40%.…”

“…Moreover, the deterioration in the firm’s profitability and the successive international crises (the Eurozone crises of 2012–2013 and the subsequent fall in the global commodity prices, discussed in Pitterle et al (2015)), worsened private banks’ expectations. Consequently, this led to a deleveraging process to reduce the bank’s risk exposure (De Paula & Alves, 2020). Concomitantly, GDP also started to de‐accelerate until turning negative by 2015.…”