Uso de medicamentos por adultos na atenção primária: inquérito em serviços de saúde de Minas Gerais, Brasil

Abstract

RESUMO: Introdução: O uso inadequado e o crescimento dos gastos em saúde reforçam a necessidade de ampliar o conhecimento sobre a qualidade de uso de medicamentos. Objetivos: Descrever e avaliar o perfil de utilização de medicamentos em uma amostra representativa de usuários adultos da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais. Método: Estudo transversal, com 1.159 entrevistados em 104 municípios e 253 serviços de saúde. Foram coletados dados sobre características sociodemográficas, condições de saúde e uso de medicamentos, sendo essas características estratificadas por faixas etárias. Análises univariada e multivariada, por meio de regressão logística, foram conduzidas para identificar preditores de automedicação. Para todos os testes, foi adotado o nível de significância de 5%. Resultados: A prevalência de uso de medicamentos foi de 81,8%, com média de 2,67 medicamentos por usuário, que aumenta com a faixa etária. Os medicamentos mais utilizados foram losartana, hidroclorotiazida e sinvastatina, com diferenças entre as faixas etárias. Observou-se automedicação significativa não só em adultos jovens, mas também entre idosos. Os preditores de automedicação foram: ser adulto jovem, ter maior nível de escolaridade, não apresentar doenças crônicas, ter pior autopercepção de saúde e não aderir a medicamentos prescritos. Adultos jovens e idosos apresentaram características que os tornaram mais vulneráveis em relação ao uso racional de medicamentos. Conclusão: O estudo pode contribuir para melhorar o cuidado na atenção primária, pois identificou problemas relevantes relacionados à qualidade do uso de medicamentos, especialmente entre adultos jovens e idosos em Minas Gerais.

Delineamento do perfil farmacoterapêutico e avaliação da adesão ao tratamento de pacientes hipertensos e/ou diabéticos: Uma revisão de literatura

“…Resultados semelhantes também foram encontrados no estudo transversal realizado em Minas Gerais, Brasil, onde fora entrevistados 1159 entrevistados, analisando diversos fatores como faixa etária, escolaridade, presença ou não de doenças crônicas e idade concluindo que um total de 81,7% destes realizavam uso de alguma medicação, sendo as mais citadas, losartana, hidroclorotiazida e sinvastatina. (Moreira et al, 2020)…”

Prevalência Da Prática De Automedicação Entre Estudantes De Psicologia: Um Estudo Transversal / Prevalence of Self-Medication Practice Among Psychology Students: A Cross-Sectional Study

“…No estudo de Tarley et al (2018), na qual buscou comparar a prática de automedicação de universitários da área da saúde com estudantes de outras áreas não relacionadas à saúde, constatou-se que em ambos os grupos, o uso ou compra de medicamentos sem apresentação de receita de um profissional da saúde foi superior a 90%. A literatura revela que ser adulto jovem e possuir um alto nível de escolaridade são preditores para tal prática (MOREIRA, 2020;VOSGERAU et al, 2011;ARRAIS et al, 2016).…”

“…No entanto, no Brasil, ainda há poucas pesquisas sobre a temática, em especial, acerca do uso de fitoterápicos e/ou plantas medicinais. A avaliação do consumo de medicamentos sem prescrição possibilita dados que auxiliam no planejamento e execução de intervenções e em futuras pesquisas (MOREIRA et al, 2020).…”

A Importância Do Escutar O Sofrimento Psíquico De Mulheres Hospitalizadas Em Enfermarias Cardiológicas Ou Que Sofreram Cirurgia Cardíaca

“…Neste contexto, a Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 1998) e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (BRASIL, 2004) visam garantir a eficiência, segurança e qualidade, trazendo também a ideia do acesso e uso racional de medicamentos (HENRIQUES, 2020), com a criação de mecanismos para a regulação de insumos e ações específicas de prescrição e dispensação. A presença do farmacêutico deve ser reforçada dentro do contexto da assistência farmacêutica e dispensação de medicamentos, contribuindo para a solução de problemas relacionados ao uso farmacológico (MOREIRA, 2020). Conforme os ditames legais, a assistência farmacêutica "é a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida" (BRASIL, 2004).…”