Desigualdades sociais na prevalência de indicadores de envelhecimento ativo na população brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013

Abstract

RESUMO: Objetivo: Analisar desigualdades sociais na prevalência de indicadores de envelhecimento ativo na população idosa brasileira. Métodos: Estudo transversal com amostra de 11.177 idosos que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde do Brasil em 2013. Estimaram-se as prevalências de cinco domínios do envelhecimento ativo (atividades sociais, participação cívica, atividade física de lazer, trabalho remunerado e trabalho voluntário) segundo sexo, raça/cor, escolaridade, renda e posse de plano privado de saúde. As razões de prevalência e os intervalos de confiança foram calculados pela regressão de Poisson. Resultados: O percentual de envolvimento em atividades sociais organizadas, participação cívica e atividade física foi de 25,1; 12,4 e 13,1%, respectivamente. Em relação ao trabalho, 20,7% exerciam trabalho remunerado e 9,7% participavam de trabalho voluntário. As mulheres apresentaram maiores prevalências de participação em atividades sociais organizadas e em trabalho voluntário; e entre os homens prevaleceu a participação cívica e o trabalho remunerado. Entre os brancos, foram observadas maiores frequências de participação em atividades sociais, trabalho voluntário e atividade física de lazer, explicadas pela escolaridade. E os estratos com maior nível de escolaridade, renda e com posse de plano privado de saúde apresentaram maiores prevalências de participação em todas as atividades consideradas. Conclusão: As cinco atividades analisadas se apresentam como desafiadoras à proposta política de envelhecimento ativo por serem marcadas por considerável desigualdade social.

Estratégias para a promoção do envelhecimento ativo no Brasil: uma revisão integrativa

“…O envolvimento social é caracterizado pela frequência de participação em atividades que envolvem interação entre pessoas (Mantovani et al, 2016) entretanto as necessidades sociais da velhice são modificadas, e, por isso, a rede social assume outras funções, ela está integrada as necessidades emocionais, sociais, e com os recursos pessoais disponíveis. Observa-se que a participação em grupos e a socialização apresenta diferença significativa conforme a classe social do indivíduo, estudos revelam que quanto maior o nível de renda e escolaridade maior o envolvimento em atividades sociais, físicas e produtivas (Sousa et al, 2019). Revelam que o aumento da participação social após a aposentadoria é um sinal de adaptação para alcançar ou manter níveis satisfatórios de funcionamento e envelhecimento ativo (Brandão et al, 2020) associado à menor risco de morbidade, incapacidade, declínio cognitivo e morte, sendo um determinante de boa qualidade de vida e bem-estar na velhice (Martins Pinto et al, 2017).…”

Influência do estresse na qualidade do sono de pessoas idosas em contexto de alta vulnerabilidade social

“…O aumento da proporção de idosos causa aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) SOUZA;VALE, 2015). As DCNT geralmente são consequências de hábitos comportamentais não saudáveis como consumo excessivo de álcool, tabaco, má alimentação e sedentarismo, além de altos níveis de estresse (SOUSA et. al., 2019).…”

Desempenho cognitivo de idosos e estilo de vida ativo durante a pandemia da COVID-19

“…Os resultados das análises das entrevistas de cerca de 11 mil pessoas idosas residentes de diferentes regiões do Brasil, mostraram que pessoas autodeclaradas brancas, com maior escolaridade, maior renda e sem dependência exclusiva do SUS, ou seja, com plano de saúde particular, prevalecem na participação em atividades sociais, principalmente físicas e de lazer (SOUSA et al, 2019). As oportunidades em saúde, participação, segurança e aprendizagem na vida da pessoa idosa permitem que além de maior prazer e satisfação com a vida, seja adquirida maior resiliência e menor percepção das doenças como condicionante para pior qualidade de vida.…”

“…Assim como em outras perspectivas, características sociodemográficas se correlacionam com as oportunidades de participação e engajamento para a pessoa idosa. Pessoas brancas, com maior renda e escolaridade e com menor faixa etária, mesmo entre as pessoas idosas, tendem a ter um maior envolvimento em atividades físicas, educacionais, religiosas, cívicas, laborais e de lazer(SOUSA et al, 2019;SOUSA et al, 2021). Portanto, aqueles que não estão inseridos neste grupo, tendem a ter menos participação e maior isolamento ou distanciamento social.…”