“…Enquanto os museus que enfocam especificamente a causa LGBTI estão, em geral, preocupados com questões de visibilidade dentro dos quadros de representação estabelecidos, a teoria queer apresenta um enfoque mais explícito no gênero como uma construção social (LEVIN, 2010: 6) visando a desconstrução desses mesmos quadros. Se, na maior parte dos museus do mundo, não é comum encontrarmos narrativas que tratem dos homossexuais e bissexuais, ainda mais raro são as narrativas que transcendem com as categorias de gênero aceitas para discutir, por exemplo, a identidade transgênero ou dos indivíduos intersex (BRULON, 2019). É por meio de instituições subterrâneas que negociam a sua existência dentro dos regimes museais estabelecidos que podemos observar hoje alguns traços da ruptura queer que se impõe sobre os museus do século XXI, como já apontam alguns estudos recentes (PINTO, 2012;BOITA, 2018;NUNES, 2019;WICHERS, 2019;entre outros) xual em São Paulo ou o Museu em Movimento LGBTI no Rio de Janeiro 14 , se apresentam como museus queer na medida em que representam o gênero de uma maneira livre das divisões binárias de gênero e da estrutura dominante que não dissocia gênero, sexo e desejo 15 .…”