Imagens de Pagu: trajetória midiática e construção de um mito

Abstract

Resumo Este artigo investiga a trajetória midiática de Patrícia Galvão (1910-1962). Sua aparição, quando se tornou conhecida no bojo do modernismo brasileiro, e as duas subsequentes fases de sua trajetória – presa política e torturada; jornalista e crítica cultural – são examinadas. Analisamos jornais e revistas, biografias e estudos acadêmicos, apresentando significados das imagens de Pagu. Ela desempenhou inúmeras atividades artísticas, políticas e culturais, permitindo uma inconstância que fez de si permanentes fragmentos capazes de múltiplas combinações. Sugerimos algumas hipóteses para o apagamento e o ressurgimento de Pagu no imaginário brasileiro.

Da carta ao livro:

“…Enquanto esteve sob a tutela de Tarsila e Oswald, Pagu foi muito festejada nos jornais e nos círculos modernistas. Depois que se tornou pivô da separação do casal Tarsiwald, como o apelidou o amigo e escritor Mário de Andrade (1893Andrade ( -1945, a imagem de Patrícia que passou a circular era pejorativa, e piorou depois que passou a ser perseguida e presa pela polícia por causa da militância comunista durante o governo de Getúlio Vargas (ROCHA;LANA, 2018).…”

No jardim das delícias

“…Utilizando métodos da análise documental, identificamos o contexto do material coletado, os interesses dos produtores dos textos, as relações entre o contexto, as pessoas envolvidas, os fatos narrados e a natureza de cada documento (Cellard, 2008). Como operadores analíticos, retomamos duas conclusões dos estudos anteriores (Rocha & Lana, 2017, 2018, problematizadas agora a partir de outro contexto histórico, analisando permanências e transformações nas relações entre gênero, celebridades e mídia, sobretudo sob o ponto de vista da publicidade e das práticas de consumo. A primeira com relação à análise da performance de gênero: observaremos ambiguidades e contradições trazidas por Brigitte Bardot ao se posicionar como mulher -diante dos homens, do trabalho, da família, da política e da cultura.…”