“…Trata-se da valorização seletiva dos espaços que possuem atributos considerados relevantes para o mercado de turismo, em diferentes escalas geográficas. Isso resulta no condicionamento de uso especializado e exclusivo, competindo com outros usos, como por exemplo, àqueles relacionados às condições materiais de vida, como habitação e agricultura; e ainda, a concentração de infraestrutura e serviços que viabilizam o consumo do espaço, segregando turistas e moradores, numa lógica excludentes entre pobres (os moradores) e ricos (os turistas) (BECKER, 2001;RAIMUNDO, 2019;CRUZ, 2022). Cruz (2022) 2 considera que este processo é uma espécie de "fascismo territorial", caracterizado pelo "entreguismo" do que é bem público para ente privado, que assume o controle de recursos naturais, como terra e água, para fins privados, "em detrimento de interesses sociais mais amplos", propagando um discurso "enganoso" de que a participação privada na coisa pública garantirá uma gestão efetiva, mas que em realidade se traduz pelo acesso do capital privado a áreas que deveriam ser geridas como bem comum da sociedade.…”