Os Argulídeos (Crustacea: Branchiura) da Amazônia Brasileira, 2. Aspectos da ecologia de Dolops geayi Bouvier, 1897 e Argulus juparanaensis Castro, 1950. ()

Abstract

INTRODUÇÃOA subclasse Branchiura é formada por crustáceos ectoparasitas de peixes com aproximadamente 130 espécies conhecidas. O gênero Argulus é o que possui o maior número de representantes, cerca de 110, é cosmopolita e ocorre tanto em água doce quanto salgada. Os demais são dulcícolas e tem ocorrência restrita a determinadas regiões, tais como: Dolops, endêmico ao continente sul americano com onze espécies conhecidas, exceto, D. ranarum que só ocorre na África; o Chonopeltis é formado por sete espécies e tem ocorrência restrita ao continente africano; o Dipteropeltis é endêmico à América do Sul e possui apenas uma espécie; o Huargulus, também com apenas uma espécie, tem ocorrência restrita à China.Os argulídeos são bastante conhecidos e estudados em todo mundo, face aos danos que causam em populações naturais, confinadas e a peixes de aquários. Embora sejam inúmeras as dificuldades para se avaliar estes efeitos em condições naturais, certos autores conseguiram evidenciar alguns, tais como: redução do peso dos hospedeiros, da taxa de crescimento, da capacidade respiratória, da porcen tagem de músculos e gorduras e traumatização dos tecidos, facilitando o desenvolvimento de infecções secundárias (Kabata, 1970).Em condições de cultivo intensivo de pei xes, os danos causados por crustáceos parasitas são aumentados, devido a uma grande concentração de indivíduos em pequenas áreas, o que favorece o ataque de parasitas, observando-se uma grande incidência de organismos sobre um único hospedeiro. A época de reprodução destes crustáceos ocorre em duas ou mais estações durante o ano, sendo a produção de ovos relativamente grande, desde algumas dezenas alé cerca de 400. Além disto, seu ciclo é direto completando-se em algumas semanas. Estas características fazem com que a população aumente progressivamente, a ponto destes crustáceos constituírem verdadeiras pragas (Sarig & Lahrav, 1959) .

Diversity of parasites in wild Astronotus ocellatus (Perciformes, Cichlidae), an ornamental and food fish in Brazil

“…Proteocephalus gibsoni Rego and Pavanelli, 1990 Amazon River (AM) Rego and Pavanelli (1990) Crustacea Dolops bidentata Bouvier, 1899 Solimões River (AM) Malta (1982aMalta ( , 1984 Dolops geayi Bouvier, 1897 Solimões River (AM) Malta (1982bMalta ( , 1984 Dolops discoidalis Bouvier, 1899 Solimões River(AM) Malta ( There are 22 parasite species known for A. ocelaltus in Brazil, and this is probably an underestimation of the actual diversity, due to differences in species richness of parasites for different hydrographic basins. Some composition and structural patterns were here detected in the parasite community of A. ocellatus in the different basins in Brazil, including: (a) dominance of G. asota and Gussevia astronoti Kritsky, Thatcher and Boeger 1989; (b) dominance of ectoparasite species with crustacean infracommunities more diverse than other ectoparasites; (c) overdispersion of ectoparasites and endoparasites, (d) interspecific associations in the ectoparasite infracommunities, specifically a combination of generalist and specialist parasites that should contribute to host population control (e.g.…”

Parasitism by argulids (Crustacea: Branchiura) in piranhas (Osteichthyes: Serrasalmidae) captured in the Caiçara bays, upper Paraguay River, Pantanal, Mato Grosso state, Brazil

“…Piranhas represent a large percentage of the number of individuals and the total biomass of Osteichthyes where they live (Mago-Leccia, 1970). Because of that, many studies have been conducted on the interaction between piranhas and their crustacean ectoparasites (Malta, 1982b;Malta & Varella, 1983;Carvalho et al, 2003). …”

Argulus chicomendesi sp. n. (Crustacea: Argulidae) parasita de peixes da Amazônia brasileira

“…Causam uma série de danos a seus hospedeiros, através de ações espoliadoras e traumatizaçào de tecidos com seus órgãos de fixação. Quando parasitam a cavidade bucal e branquial diminuem a capacidade respiratória, com a retirada de sangue, destruição dos tecidos, interrupção da circulação sangüínea, oclusão dos vasos aferentes, formação de coágulos e hipertrofia dos filamentos, freqüentemente causam sérios prejuízos em cultivos de peixes (Ringuelet, 1943;Lemos de Castro, 1950;Kabata, 1970Kabata, , 1985Malta, 1981;1982a;1982b;1983;1984;Malta & Varella, 1983).…”

“…Durante a época de reprodução ambos os sexos abandonam o hospedeiro e saem a procura de um local para postura (Wil son, 1902;Ringuelet, 1943 (Malta, 1981;1982a;1982b, 1983Malta & Varella, 1983;Malta & Santos-Silva, 1986).…”