Pessoas estão chegando aos cem anos desfrutando de saúde física e mental. Esta pesquisa, a partir de uma abordagem qualitativa, buscou compreender os significados dados à velhice avançada por centenários. Participaram do estudo 12 idosos (as), viúvos (as), com idade entre 96 e 104 anos (oito mulheres e quatro homens). Os dados foram coletados por meio de um questionário biosociodemográfico e um roteiro de entrevistas, que continha três perguntas disparadoras: A que atribui ter vivido tanto? Como descreve os vários momentos de sua vida? O que guarda de mais significativo em sua vida? As entrevistas foram analisadas utilizando a Análise de conteúdo descrita por Minayo. Da análise temática das narrativas destacaram-se as categorias: longevidade, experiências de vida e memórias significativas. Concluiu que, ao lado da diminuição das capacidades sensoriais e motoras, há uma continuidade do sentimento de si que, conjuntamente com a espiritualidade/religiosidade dos entrevistados, aponta para a presença de gerotranscendência como um processo de enfrentamento das contingências associadas à velhice tardia.