riscos psicossociais relacionados com o trabalho: Impactos na subjetividade do trabalhador. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03, Vol. 09, pp. 122-138. Março de 2020. ISSN: 2448-0959 RESUMO Várias foram as transformações que ocorreram no âmbito do trabalho no decorrer da história da civilização. Atualmente estamos diante da quarta revolução industrial que traz consigo novas formas de gestão do trabalho através da automatização dos processos produtivos. A presente pesquisa traz como objeto de estudo a subjetividade do trabalhador inserido no contexto industrial e tem como objetivo busca compreender como esses aspectos psicossociais influenciam na subjetividade desse trabalhador. Para abordar tais questões, esta pesquisa fará uso da revisão bibliográfica, tomando como pressuposto teórico a Psicodinâmica do Trabalho que compreende as dinâmicas que estão inseridas no contexto do trabalho, favorecendo uma análise crítica da organização do trabalho, esta causadora de todo sofrimento ocasionado pelas transformações advindas da modernidade. Através da pesquisa é possível 1 Graduação em Psicologia pela Fundação Herminio Ometto; pós graduada em Psicologia Organizacional e do Trabalho pela mesma instituição. 2 Doutor em Psicologia. REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959 https://www.nucleodoconhecimento.com.br RC: 47600 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/riscos-psicossociais compreender que a organização do trabalho pode favorecer o adoecimento e sofrimento mental dos trabalhadores que estão inseridos no contexto laboral. Palavras-chave: Riscos psicossociais no trabalho, psicodinâmica do trabalho, saúde mental no trabalho, Mentalidade Enxuta.
INTRODUÇÃOO mundo do trabalho tem sofrido diversas modificações ao longo da história.O trabalho artesanal passa a dar lugar às máquinas a vapor que foi símbolo da primeira revolução industrial. Foi acompanhado o surgimento das linhas de produção, com trabalhos fracionados e ritmos de produção determinadas por esteiras que foram a novidade da segunda revolução industrial, colocando em evidência o modelo de produção denominado Taylorista/Fordista (ANDRADE, 2017).Este modelo de produção fracionada, na qual cada trabalhador é responsável por uma determinada tarefa, impacta diretamente na relação interpessoal entre os trabalhadores, pois contribui para a individualização dos sujeitos, reduzindo também o sentimento de cooperação entre eles (DEJOURS, 2015).Com a terceira revolução industrial houve o surgimento da tecnologia e sistemas de informação incorporada às grandes organizações e com ela novos modelos de produção começaram a ganhar força, como por exemplo, o conceito de mentalidade enxuta ou Lean production através do Sistema Toyota de produção. Este foi disseminado mundialmente na década de 90, trazendo a ideia de lucro através da competitividade das organizações capitalistas com metas de controle de produção; eliminação de desperdício e custos, tendo seus fundamentos definidos por f...