Introdução: A precarização de políticas públicas de acesso à saúde e a noção puramente biomédica que permeia os cursos da área da saúde comprometem a garantia de saúde integral à população trans no cenário brasileiro. Tendo isso em vista, o objetivo deste relato é discorrer sobre as etapas para a realização do simpósio sobre a saúde da população trans, realizado de forma remota, bem como expor as dificuldades e vantagens ao realizá-lo. Relato de Experiência: A atividade “Simpósio Transexualidade no Brasil: Dilemas e Perspectivas” foi idealizada em uma Reunião de Planejamento de Atividades, com subsequente seleção dos 8 filiados interessados em coordená-la. As inscrições do Simpósio foram realizadas a partir da plataforma Even3, utilizando-se do Instagram e WhatsApp como meios de divulgação. O evento foi realizado entre 07 e 15 de abril de 2021, com transmissões realizadas através do Youtube. Tanto as palestras quanto as mesas redondas foram conduzidas, em sua maioria, por pessoas trans e contaram com 355 ouvintes, entre profissionais e estudantes de saúde e de outras áreas. Discussão: A avaliação de impacto revelou o grande aprendizado e que havia pouco conhecimento e compreensão dos inscritos sobre as necessidades da população trans, sendo evidente a capacidade do evento em elucidar particularidades do atendimento em saúde a essa população. Além disso, evidenciou a negligência que muitas universidades têm de abordar de forma humanizada essa temática tão essencial para a formação de um profissional de saúde e ressaltou a importância da existência de políticas públicas de amparo para esse público. Conclusão: O Simpósio cumpriu seu objetivo de somar-se às iniciativas de educação em saúde a respeito do cuidado humanizado voltado para a população trans. Logo, outras iniciativas similares devem ser desenvolvidas no intuito de promover discussões a respeito do tema.