2019
DOI: 10.1590/1806-9584-2019v27n150550
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[ARTIGO RETRATADO] O mundo da vida e o mundo do texto em Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

Abstract: Resumo: O romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis (2004), teve sua primeira publicação em 1859. Ele revela sua magnitude por dois aspectos: o primeiro, por ter sido o primeiro romance de autoria afrodescendente da literatura brasileira; o segundo, por ter sido o primeiro romance abolicionista escrito no Brasil. Nele, Maria Firmina dos Reis faz da escrita literária o palco da voz dos seus antepassados, onde os próprios sujeitos escravizados retratam, sob seus próprios pontos de vista, a questão da escravidão.… Show more

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“…Para Schmidt, esse repúdio seria um modo estratégico de controlar o campo literário a partir da conceitualização de literatura, definida, essencialmente, como palco das relações de poder, no qual ocorre a legitimação do aparato inseparável das elites culturais -o saber/poder -, resultando na assimilação do ponto de vista de classe, gênero e raça dominantes por parte da comunidade interpretativa. A evidência e o acesso às obras de autoria feminina no universo acadêmico não apenas contagiam o status da história cultural e literária, fazendo com que se possa questionar a hegemonia da literatura tradicional canônica, mas também problematizam a exclusão dessas vozes e representações no processo de constituição da identidade nacional brasileira, do ponto de vista da diferença de gênero, classe social e raça (SCHMIDT, 2011) Edward Said (1990), crítico literário palestino, destaca o fato de que os estudos feministas (assim como os anti-imperialistas ou étnicos) proporcionam a desarticulação da perspectiva quando o ponto inicial de suas análises está centrado no direito de grupos marginalizados de se expressarem e de se representarem nos domínios políticos e intelectuais, dos quais normalmente são excluídos, e que usurpam suas funções de significação e representação, assim como falseiam suas realidades históricas. 10 Além disso, de modo mais específico, busca-se analisar e problematizar como é retratada a própria mulher afro-brasileira.…”
Section: Revistaunclassified
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“…Para Schmidt, esse repúdio seria um modo estratégico de controlar o campo literário a partir da conceitualização de literatura, definida, essencialmente, como palco das relações de poder, no qual ocorre a legitimação do aparato inseparável das elites culturais -o saber/poder -, resultando na assimilação do ponto de vista de classe, gênero e raça dominantes por parte da comunidade interpretativa. A evidência e o acesso às obras de autoria feminina no universo acadêmico não apenas contagiam o status da história cultural e literária, fazendo com que se possa questionar a hegemonia da literatura tradicional canônica, mas também problematizam a exclusão dessas vozes e representações no processo de constituição da identidade nacional brasileira, do ponto de vista da diferença de gênero, classe social e raça (SCHMIDT, 2011) Edward Said (1990), crítico literário palestino, destaca o fato de que os estudos feministas (assim como os anti-imperialistas ou étnicos) proporcionam a desarticulação da perspectiva quando o ponto inicial de suas análises está centrado no direito de grupos marginalizados de se expressarem e de se representarem nos domínios políticos e intelectuais, dos quais normalmente são excluídos, e que usurpam suas funções de significação e representação, assim como falseiam suas realidades históricas. 10 Além disso, de modo mais específico, busca-se analisar e problematizar como é retratada a própria mulher afro-brasileira.…”
Section: Revistaunclassified
“…Partindo da premissa de que a narrativa afrodescendente ocorre historicamente pela exclusão, tanto do ponto de vista literário como do ponto de vista social, acreditamos que o resgate dessas autoras seja necessário e significativo, como ressalta Schmidt (2011), uma vez que o entrecruzamento de discurso, memória e identidade é de suma importância, visto que permite refletir sobre as representações desses sujeitos que recaíram no esquecimento. Para resgatar a identidade desses sujeitos, faz-se necessário tratar também de questões que permeiam a escrita afrodescendente, como, por exemplo, a ancestralidade, componente essencial para se analisar criticamente a história e, principalmente, as relações desiguais entre brancos e afrodescendentes no Brasil do século XIX.…”
Section: Considerações Finais Considerações Finais Considerações Finaunclassified