Este artigo apresenta um estudo sobre o registro arqueológico do Forte Príncipe da Beira, uma fortificação do último quartel do século XVIII situada às margens do rio Guaporé na atual região fronteiriça entre a Amazônia brasileira e boliviana (em Rondônia). Ao se concentrar nas décadas iniciais da fortificação, período definido pela historiografia como de ‘paz armada’, o presente artigo enfoca na origem e importância comercial do Forte Príncipe da Beira enquanto feitoria, e em seu processo de construção a partir do trabalho de africanos escravizados na(s) canteira(s). Parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, este estudo propõe um novo entendimento da distribuição interna dos edifícios da fortaleza referentes aos armazéns e produz insumos para compreender sua conexão com o sítio denominado Labirinto, não só contribuindo ao avanço do conhecimento sobre a fortificação, mas também atestando o protagonismo comunitário dos quilombolas do Forte Príncipe da Beira para sua produção.