Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito em felino: relato de caso

Abstract

RESUMOFelino de 3,3kg, fêmea, oito anos de idade, castrada, sem definição racial, foi atendida no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (HOVET-USP), com histórico de dispneia, prostração, hiporexia e consequente emagrecimento progressivo, havia uma semana. Foram realizados exames de sangue: hemograma com contagem de plaquetas, função renal, função hepática e dosagens séricas de sódio e potássio, eletrocardiograma (ECG), radiografia torácica, ecoDopplercardiograma, e os resultados dos exames indicaram diagnóstico presuntivo de cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito. O diagnóstico foi confirmado pela necropsia e pela constatação da presença de tecido fibroadiposo no miocárdio no exame histopatológico, possibilitando, assim, o relato do primeiro caso de cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito, em gato, no Brasil. Palavras-chave: gato, dispneia, histopatológico ABSTRACT A female 3.3kg feline, eight years-old, spayed, without racial definition, was submitted to the Veterinary Hospital of the School of Veterinary Medicine and Animal Science, São Paulo University (HOVET-USP

Cardiomiopatia dilatada arresponsiva ao tratamento com taurina em felino portador de insuficiência cardíaca congestiva direita

“…Conforme Hambrook & Bennett (2012) há outras causas que conduzem ao quadro de DCM. A injúria no miocárdio pode ter causa viral, inflamatória, imunomediada, tóxica, metabólicas idiopáticas ou secundárias à infarto (Backschat et al, 2016;Silva et al, 2014). Todavia a causa não pode ser investigada via necropsia e exame histopatológico do miocárdio, como sugerido por Ferasin et al (2003).…”

“…As cardiomiopatias são afecções do músculo cardíaco associadas à disfunção cardíaca e classificadas por aspectos morfopatológicos ou quanto à causa (Backschat et al, 2016;Silva et al, 2014). Na cardiomiopatia dilatada (DCM) o miocárdio sofre degeneração progressiva, acarretando em falha sistólica (Ferasin et al, 2003;Hemdon et al, 2002).…”

“…Felinos com concentração sérica de taurina inferior à 100 nmol/ml podem ter como causa base da DCM a deficiência deste aminoácido. Trata-se essa afecção inicialmente com a suplementação de taurina (Backschat et al, 2016;Silva et al, 2014) independentemente da concentração sérica ou plasmática (Hambrook & Bennett, 2012). Este relato descreve a evolução do quadro de DCM em um felino sem raça definida (SRD) concomitante a ICC direita arresponsivo à suplementação com taurina.…”

Miocardiopatía ventricular derecha arritmogénica en felinos: revisión

“…gerando uma atrofia progressiva no ventrículo afetado (Backschat et al, 2016;Harvey et al, 2005). Essa modificação tecidual promove o surgimento de arritmias ventriculares, pois detém a continuidade elétrica das fibras miocárdicas, fragmentando a despolarização e produzindo potenciais ventriculares retardados (Larsson & Chamas, 2011).…”

“…Essa modificação tecidual promove o surgimento de arritmias ventriculares, pois detém a continuidade elétrica das fibras miocárdicas, fragmentando a despolarização e produzindo potenciais ventriculares retardados (Larsson & Chamas, 2011). Embora se trate de uma cardiopatia rara em felinos, a CAVD pode afetar algumas raças de cães, especialmente o Boxer e, principalmente, seres humanos, indivíduos mais comumente afetados pela doença e vítimas de morte súbita oriunda dessa enfermidade (Backschat et al, 2016;Larsson & Chamas, 2011). Ainda que sua ocorrência não seja comum em felinos, seu estudo é importante, tendo em vista que o distúrbio ainda é pouco elucidado pela medicina veterinária (Fox et al, 2000).…”