O crescimento desordenado das cidades amazônicas é um dos desafios para conservação dos corpos hídricos naturais. Este estudo teve como objetivo avaliar a taxa de fertilização, taxa de eclosão e a sobrevivência das larvas de tambaqui utilizando águas de diferentes corpos hídricos naturais da região brasileira de tríplice entre Brasil, Colômbia e Peru. O experimento foi realizado sob ambiente controlado, em temperatura ambiente e baixa luminosidade. Dois casais de tambaqui (fêmeas 7,52 kg ± 0,38 kg e machos 6,83 kg ± 0,42 kg) foram submetidos a reprodução artificial utilizando Extrato Hipofisário de Carpa. Após a fertilização, dez ovos foram incubados em recipientes de 100 ml contendo água de diferentes cursos de água, com cinco repetições para cada ponto de coleta. A análise de variância indicou que a taxa de eclosão foi maior na água do rio Solimões (72,0 %), e as menores foram no igarapé do IFAM (56%), igarapé do Urumutum (52%), igarapé do Paraíba (50%) e por último o igarapé do Buriti (44%) (p<0,05). As águas dos igarapés urbanos e dos rios não influenciaram a taxa de fertilização e a sobrevivência das larvas até 24 horas após eclosão (p>0,05). Esses resultados podem ser explicados pelo fato de que o rio Solimões é o ambiente natural de reprodução da espécie e, por outro lado, os igarapés podem estar recebendo contaminação de diferentes fontes urbanas. Assim, os igarapés contaminados também podem influenciar a reprodução de outras espécies nativas e serve de alerta de novas políticas públicas voltadas à conservação das bacias hidrográficas.