Efeitos do propofol administrado por via intracelomática em cágados-de-barbicha (Phrynops geoffroanus) Schweigger, 1812

Abstract

RESUMO O presente estudo avaliou a influência do regime hídrico sobre efeitos do propofol em Phrynops geoffroanus, bem como a qualidade da contenção farmacológica produzida. Foram utilizados 10 animais, anestesiados em dois momentos com propofol, na dose de 35mg/kg, por via intracelomática, com intervalo de 15 dias. O grupo 1 fora retirado da água 12 horas antes do procedimento e o grupo 2 permaneceu dentro da água até o momento da indução anestésica. Foram mensuradas frequência cardíaca, pressão arterial sistólica, temperatura, frequência respiratória e saturação de oxi-hemoglobina, e avaliados duração do período de latência, período hábil, período de recuperação e qualidade da contenção farmacológica. Houve diferença significativa entre grupos apenas quanto à frequência cardíaca. No grupo 1, as médias dos períodos de latência, hábil anestésico e de recuperação foram de 16,8±8,4, 86,5±79,4 e 1,5±3,8 minutos, respectivamente. Já no grupo 2, as médias foram de 19,9±9,8, 110,9±104,7 e 28,8±58,2 minutos, respectivamente. Concluiu-se que o regime hídrico de 12 horas não influenciou os parâmetros anestésicos e fisiológicos dos animais e que a qualidade da contenção farmacológica foi considerada boa em ambos os grupos.

Influência da anestesia na ocorrência de apneia em répteis: uma revisão sistemática

“…O propofol é extensamente utilizado por promover uma rápida indução pela via intravenosa e possuir um curto período de recuperação (Bertelsen e Sauer, 2011;Bragagnoli et al, 2020;Bertelsen et al, 2021), sendo de extrema importância para os répteis, que sofrem de recuperações prolongadas quando se utiliza grandes quantidades de fármacos. Por ser um medicamento que pode induzir apneia farmacológica, não só em répteis como em outras classes, é recomendado viabilizar o acesso endotraqueal caso haja a necessidade de ventilação assistida (Bauer e Bauer, 2019).…”

“…Nos estudos de Bertelsen et al (2005), Hernadez-Divers et al (2005), Hansen e Bertelsen (2013), Harms et al (2014), O et al (2015), Kleinschmidt et al (2018), Miller et al (2018), Yaw et al (2020) e Bertelsen et al (2021) a avaliação foi feita por comparação entre a administração de diferentes fármacos anestésicos, para dois ou mais grupos de animais. Hansen e Bertelsen (2013) e Miller et al (2018) além de compararem a ação de fármacos diferentes nos grupos experimentais, ainda utilizaram diferentes doses de cada fármaco em diferentes grupos.Na maioria dos trabalhos foi utilizado somente um fármaco ou uma única combinação de fármacos para todos os animais do experimento(Heaton-Jones, Ko e Heaton-Jones, 2002;Von Degerfeld, 2004; Harms et al, 2007; Maclean, Harms e Braun-Mcneill, 2008; Alves Júnior et al., 2012; Schroeder e Johnson, 2013; Goe et al, 2016; Bunke, Sladky e Johnson, 2018;James et al, 2018; Ratlif, Parkinson e Mans, 2019;Bragagnoli et al, 2020; Scheelings, Gatto e Reina, 2020).Já nos trabalhosde Santos et al (2008),Ziolo e Bertelsen (2009), Bertelsen e Sauer (2011),Santos et al (2011) e Phillips et al (2017 foram utilizadas doses diferentes do mesmo fármaco entre os grupos experimentais, objetivando-se a obtenção de resultados diversos com o aumento da dose do fármaco em questão.…”

“…A ventilação mecânica não foi realizada em todos os animais, e sim, naqueles que permaneceram mais de 30 minutos com a ausência de respiração. Somente no trabalhode Alves Júnior et al (2012), obteve-se resultados positivos, ou seja, sem a presença da apneia Bragagnoli et al (2020). utilizaram o propofol pela via intracelomática em cágados-debarbicha (Phrynops geoffroanus), e mesmo com a redução drástica da frequência respiratória em todos os animais, nenhum apresentou apneia.…”

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“…São animais ectotérmicos e dependem da temperatura ambiente para realização de suas funções metabólicas (Bragagnoli et al, 2020;Pachaly, 2000;Rodrigues et al, 2018). Apresentam metabolismo lento e bastante variância na absorção de fármacos.…”