“…A prática assistencial está estruturada em não ouvir as questões da vida do sujeito, descaracterizando-a como vida, e o inserindo num modelo universal e pragmático, apagando a produção da sua existência e moldando sua singularidade (LOREY, 2012, p. 14 em WASSER, 2016, p. 6), afirma que, sob o neoliberalismo, a desestabilização e a descaracterização do sujeito foram normalizadas, ou seja, colocar a vida na precariedade é efeito e suporte da nova governabilidade, que não vê a necessidade de revogar as desigualdades, distribuídas nas organizações e sistemas de controle social, e impossibilita o sujeito no desenvolvimento de suas potencialidades ao instaurar a ameaça pela tática da incerteza. A política de saúde vigente torna a vida precária e se apoia nas incertezas, no medo e na insegurança para promover o controle sobre o outro a partir da regulação da subjetividade, a qual deve ser repensada no cuidado ao sujeito (WASSER, 2016 O valor da vida para profissional de saúde se relaciona com o sujeito nas suas condições de existência, pois a universalização de práticas sistematizadas de assistência com códigos sociais produzidos/reproduzidos pelo Estado e sociedade, regulam e criam regimes de verdade sobre ambos. Produzir cuidado é dar visibilidade ao sujeito e ao plano de cuidado, misturar-se ao outro na produção da vida em seu território, porque o corpo está diretamente imerso no campo político, e marcado pelas relações de poder.…”