Estilos de pensamento de professores da área de Ciências da Natureza e o processo de autonomia compartilhada

Abstract

Resumo: O estudo apresenta o desenvolvimento do coletivo de pensamento de professores da área de Ciências da Natureza em um programa de formação sob a perspectiva da investigação-ação emancipatória. Com o objetivo de analisar sentidos expressos pelos professores da área acerca do conceito de autonomia, a pesquisa delineou-se em um contexto formativo em que foram identificados dois estilos de pensamento: um conservador, que expressa um sentido de autonomia unilateral, e outro transformador, em que a autonomia é compreendida como um processo compartilhado. Os estilos de pensamento analisados constituem-se como importantes propulsores de movimentos formativos, alicerçados pela perspectiva dialética, a qual auxilia na qualificação dos processos de formação na área.

Estudantes e cursos de licenciatura em Química do Brasil e do Rio Grande do Sul: reflexões derivadas do ENADE 2017

“…Promover e assessorar o desenvolvimento de políticas públicas e de projetos da iniciativa privada. A matriz do exame, mostrada no Quadro 1, tende a indicar certa convergência desta com estruturas curriculares das licenciaturas, que são criticadas pela literatura educacional, baseadas em uma formação fragmentada, em que os conhecimentos químicos são tratados em espaços/tempos curriculares diferentes daqueles destinados aos conhecimentos pedagógicos e específicos da área de Educação em Química (FONSECA; SANTOS, 2018;GATTI, 2010GATTI, , 2014BARRETO, 2009;LEITE et al, 2018). Por outro lado, também é importante que seja mencionada a concepção do programa do ENADE 2017, em relação ao perfil profissional do professor de Química: há o compartilhamento de seis características do licenciado com o bacharel em Química e apenas uma característica profissional específica para o licenciado.…”

“…Por outro lado, também é importante que seja mencionada a concepção do programa do ENADE 2017, em relação ao perfil profissional do professor de Química: há o compartilhamento de seis características do licenciado com o bacharel em Química e apenas uma característica profissional específica para o licenciado. Esse fato tende a representar a recorrência de outro fator muito discutido pelos estudos educacionais contemporâneos: a falta de reconhecimento (ou prestígio) acadêmico/ institucional das licenciaturas enquanto cursos com identidades próprias e distintas dos bacharelados, o que pode traduzir-se em currículos pouco convergentes com as necessidades formativas para o magistério (GATTI, 2010;2014;BARRETO, 2009;LEITE et al, 2018).…”

“…As outras questões eram relativas a conteúdos específicos de Química, sendo compartilhadas com a prova realizada pelos estudantes de Bacharelado em Química. Além disso, a prevalência quantitativa de questões com conteúdos de Química, que englobaram 2/3 da parte de conhecimento específico, remete, ainda, à minimização quantitativa dos conhecimentos pedagógicos, também apontada na literatura, como uma tendência problemática dos currículos das licenciaturas (GATTI, 2010;2014;BARRETO, 2009;LEITE et al, 2018). O fato do ENADE, tradicionalmente, reservar uma parte da prova exclusivamente para tópicos de formação geral, por outro lado, revela a expectativa de que os formandos dos diferentes cursos avaliados possuam uma visão mais abrangente da realidade social, política, econômica, cultural e ambiental.…”

“…Em complemento e convergindo com as asserções desenvolvidas, pode-se destacar que apenas 28,4% de concluintes dos cursos de Licenciatura em Química afirmaram que não tinham renda e que seus gastos pessoais eram de responsabilidade de suas famílias, os demais exerciam alguma atividade remunerada (57,3%) ou dependiam de programas governamentais (14,4%). Menciona-se que, inclusive, significativa parte dos sujeitos afirmou que já havia exercido atividade profissional remunerada na própria área do magistério, computando-se 37,2% dos concluintes dos cursos presenciais e 56% dos concluintes dos cursos à distância, o que demonstra, em alguma medida, a natureza de certas opções administrativas de alguns gestores públicos e privados, que flexibilizam as exigências mínimas para contratação de docentes não licenciados (GATTI, 2010;2014;BARRETO, 2009;LEITE et al, 2018).…”

“…Por outro lado, a produção acadêmica contemporânea sobre formação docente aponta para diferentes problemas que envolvem o contexto brasileiro (GATTI; BARRETO, 2009;GATTI, 2010;2014;LEITE et al, 2018), quais sejam: i. a atuação, em número considerável, de professores sem formação superior específica, condizente com a área/ disciplina escolar em que atuam, o que indica flexibilização em critérios de qualificação para atuação na docência, em diferentes estados; ii. carência de políticas abrangentes de qualificação da formação inicial dos docentes e dos cursos de licenciatura; iii.…”