Os conceitos científicos dos estudantes do Ensino Médio no estudo do tema "origem da vida"

Abstract

ResumoA pesquisa teve como objetivo compreender, a partir de conceitos espontâneos, os processos de construção de conceitos científicos, pelos estudantes em aulas de Biologia, no estudo do tema "origem da vida". Participaram do estudo 45 estudantes do Ensino Médio, de uma escola pública em Blumenau, Santa Catarina, Brasil. Como instrumentos de coleta de dados, utilizamos a videogravação das aulas, entrevistas semiestruturadas e a Atividade de Construção e de Complemento. Os dados foram analisados a partir da matriz histórico-cultural - análise microgenética. Como resultados, foi possível perceber que o ensino e a aprendizagem da temática em sala de aula se caracterizam como de extrema complexidade, visto que aspectos culturais e afetivos estão envolvidos na construção dos conceitos científicos. Podemos observar que alguns estudantes apresentaram conceitos, especialmente após o processo de ensino, ancorados no conhecimento científico estudado no decorrer das aulas, superando seus conceitos mais primitivos.

Uso Dos Temas Transversais No Ensino De Ciências Multisseriado

“…Logo, verifica-se a necessidade de os docentes planejarem e ministrarem as aulas de Ciências utilizando metodologias que considerem o contexto e o conhecimento prévio dos educandos, no intuito de possibilitar maior participação e motivação para a aquisição de conteúdos significativos. Caso contrário, não ocorrerá a construção e a internalização do conhecimento e refletirá na baixa alfabetização científica dos estudantes brasileiros quanto às relações entre ciências, tecnologia e sociedade (GRIMES;SCHROEDER, 2015).…”

O ensino da origem da vida como objeto de discussão em sala de aula: 2010 a 2020

“…O receio que muitos educadores têm de discutir temas que envolvem valores, acaba levando a cuidados que mantém as aulas longe de discussões que envolvem diferentes pontos de vista (Krasilchik & Marandino, 2007). Não é função das aulas de biologia discutir religião, mas como o ensino de biologia tem como função introduzir os estudantes ao universo conceitual que caracteriza o pensamento científico, é necessário que o docente dialogue com os alunos sobre seus conhecimentos espontâneos (Grimes & Schroeder, 2015), todavia, esse tema quando abordado geralmente aflora debates que podem ser decorrentes do confronto entre as concepções religiosas e as explicações científicas ou em razão de falhas na abordagem do professor (Sanches et al, 2017). Grande parte dos obstáculos para a universalização do ensino advém da incompreensão entre a relação do conhecimento científico como aliado do desenvolvimento e do progresso social (Krasilchik, 1992;Chapman, 2005;Ouverney & Lage, 2016).…”

“…O respeito e a compreensão de que existem pensamentos e opiniões divergentes da nossa não significa que alguns assuntos devem ser ignorados ou aceitos sem discussão, é fundamental que haja diálogo, não com o intuito de impor dados externos, mas sim, levar a reorganização de interpretações individuais (Mano & Saravali, 2012;Rocha & Jófili, 2015). Por isso, o ensino de biologia tem como função introduzir os estudantes no universo conceitual que caracteriza o pensamento científico (Grimes & Schroeder, 2015). Por ser de importância social e para a formação científica do cidadão, pensar sobre o ensino desse tema implica necessariamente pensar nas pesquisas que objetivam seu ensino (Nascimento et al 2020).…”

Avicultura De Postura No Estado De Pernambuco: Estratégias Comerciais De Grandes Empresas

“…As diversas formas de comunicação a respeito da ciência e da tecnologia contribuem para a construção de uma percepção pública da ciência e isso não ocorre somente com os alunos, mas também com os professores e a sociedade, uma vez que todos estão suscetíveis a criar suas representações sociais acerca do constante movimento científico e tecnológico (RICARDO et al, 2007;GRIMES;SCHROEDER, 2015;GENOVESE, 2015). A concepção clássica das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, muitas vezes presente nos diversos âmbitos do mundo acadêmico e nos meios de divulgação, é uma concepção essencialista e triunfalista, na qual se presume que mais ciência produz mais tecnologia que gera mais riqueza e, consequentemente, mais bem-estar social (SILVEIRA; BAZZO, 2009).…”