Editorial

Abstract

Este segundo número de 2014 da Revista Ciência & Educação apresenta 15 artigos nacionais e internacionais sobre temas relativos ao Ensino de Ciências e Matemática, cujas discussões nos fornecem subsídios relevantes. Em A problemática dos organismos geneticamente modificados e a formação científica do cidadão comum: um estudo com alunos de escolas portuguesas os autores argumentam que, ao se depararem com assuntos controversos, de raiz científica, os cidadãos deveriam ter condições de participar do debate e, nesse sentido, a educação desempenharia um papel fundamental. Este estudo envolveu a aplicação de um questionário a 175 alunos de escolas portuguesas sobre suas concepções e opiniões em relação ao tema. Os resultados do estudo sugerem que a maioria dos alunos da amostra tem ideias vagas, nem sempre cientificamente corretas, sobre o tema. No segundo artigo, Entre as crenças pessoais e a formação acadêmica: como professores de biologia que professam fé religiosa ensinam evolução?, os autores buscam responder à seguinte questão: como professores de biologia que professam uma fé religiosa cristã lidam com a tensão entre criacionismo e evolução em sua prática pedagógica? Para respondê-la foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez professores e analisou-se o conteúdo de suas falas, utilizando referenciais históricos, epistemológicos e éticos. Os entrevistados reconhecem a importância da evolução para o ensino de biologia, porém se dividem quanto ao ensino do criacionismo. Concluem que é preciso aprofundar o diálogo entre religião e ciência na sala de aula. Em Ensino de ecologia e animais sinantrópicos: relacionando conteúdos conceituais e atitudinais os autores visam analisar uma amostra de estudantes do terceiro ano de uma escola pública do município de Mossoró, RN, diante de animais sinantrópicos e do estudo de ecologia. A pesquisa foi realizada com aplicação de dois questionários subsequentes às temáticas consideradas, onde, no primeiro, as questões baseavam-se na escala de Likert e, o segundo trazia perguntas abertas e fechadas. Por meio dos resultados obtidos, observou-se que os estudantes têm um posicionamento atitudinal negativo em relação aos animais sinantrópicos e, no que se refere à análise conceitual, não possuem aprendizagem esperada para seu nível de escolaridadeno no conteúdo de ecologia.