2003
DOI: 10.1590/1415-47142003003002
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Fenômeno, estrutura, sintoma e clínica: a droga

Abstract: Partindo de uma leitura que se baseia em quatro autores brasileiros, este trabalho problematiza e verifica posições teóricas acerca do fenômeno toxicomaníaco e levanta a hipótese de que é possível, com o discurso do analista, em certo contexto e a partir de certas condições, apontar a toxicomania como equivalente ao sintoma no discurso da histérica, o que abre vias para a construção de uma clínica em que prevaleça a aposta no desejo do analista. Ao retomar as referências freudianas quanto à equivalência da dro… Show more

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“…É certo que este tipo de toxicodependência tem transformado muitos cidadãos em "escravos" dos seus efeitos (transtornos psicóticos) e, em grandes quantidades, o crack pode deixar o dependente extremamente agressivo, paranoico e fora da realidade. No que se diz respeito, especificamente, às questões sociais e individuais surgidas no fenômeno do crack, podemos destacar algumas das grandes dificuldades, além das antes mencionadas, como a desagregação familiar, violência, miséria, isolamento e sofrimento psíquico (Alberti, Inem, & Rangel, 2003).…”
Section: O Toxicodependente E a Desinstitucionalizaçãounclassified
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“…É certo que este tipo de toxicodependência tem transformado muitos cidadãos em "escravos" dos seus efeitos (transtornos psicóticos) e, em grandes quantidades, o crack pode deixar o dependente extremamente agressivo, paranoico e fora da realidade. No que se diz respeito, especificamente, às questões sociais e individuais surgidas no fenômeno do crack, podemos destacar algumas das grandes dificuldades, além das antes mencionadas, como a desagregação familiar, violência, miséria, isolamento e sofrimento psíquico (Alberti, Inem, & Rangel, 2003).…”
Section: O Toxicodependente E a Desinstitucionalizaçãounclassified
“…Para Alberti et al (2003), a psicologia deve ater-se na investigação da realidade do cidadão e escutá-lo, pois a toxicodependência pode ser espelho da situação de desaparição do "sujeito do desejo" (diante do mal--estar). O psicólogo tem que reservar a esse sujeito (toxicodependente) o lugar de sujeito-cidadão.…”
Section: O Toxicodependente E O Psicólogo Brasileirounclassified
“…Dessa forma, a toxicomania funciona como uma defesa, como uma tentativa de subtração ao gozo do Outro (Le Poulichet, 1996Poulichet, , 2005Alberti, Inem & Rangel, 2003). Segundo Petit (1989), toda toxicomania é uma recusa de gozo.…”
Section: O Gozo Do Toxicômanounclassified
“…O viciado precisa de morfina para manter um metabolismo dependente da morfina, e assim evitar as dores indescritíveis de um retorno ao metabolismo normal. (Burroughs, 2009, p (Alberti, Inem & Rangel, 2003;Le Poulichet, 1996, 2005Petit, 1989;Santiago, 2001a) elas acabam por engendrar um gozo autístico, solitário, que tenta prescindir do Outro (Santiago, 2001a(Santiago, , 2001bMelman, 2000).…”
Section: O Gozo Do Toxicômanounclassified
“…Essa dinâmica uso-fissura, própria da compulsão à repetição, é comparada por alguns autores pós-freudianos como Radó (1926, 1933), Simmel (1927, 1947), Fenichel (1945 e Rosenfeld (1960) com o ciclo maníaco-depressivo ao passo que, diante de uma depressão, a droga entra fornecendo uma mania artificial que deixa o sujeito num estado de euforia e tomado por um sentimento de onipotência. Alberti, Inem & Rangel (2003) também comentam essa relação alegando que Os pólos maníaco e depressivo da experiência psíquica toxicômana ocorrem em função da ingestão da droga, ou seja, secundariamente à drogadição, com efeitos que levam o sujeito a velar a castração -a mania -e sua contrapartida, o cessar desses efeitos, que revela o fracasso de sua tentativa -a depressão (p.15). Olievenstein (1985) comenta que a alteração entre o estado high e down do toxicômano se assemelha ao ciclo maníaco-depressivo e, a predominância do excesso também se mostra uma semelhança entre ambos, pois a excitação maníaca e a depressão são sentidas com intensidade bem elevada.…”
Section: 31unclassified