Search citation statements
Paper Sections
Citation Types
Year Published
Publication Types
Relationship
Authors
Journals
O imigrante austríaco Otto Maria Carpeaux (1900-1978) permanece célebre no Brasil come médiador, crítico literário e journalista político fortemente oposto, durante os anos 60, ao regime militar e a seus aliados norte-americanos. Autor de uma obra considerável, este comparatista selvagem compôs uma História da literatura occidental (1959-64) em oito volumes, muito pouco conhecida fora dos países lusófonos. Mudando seu verdadeiro nome, Otto Karpfen, este intelectual judeu converteu-se em Viena ao catolicismo e foi um ativo partidário do regime clérico-fascista dos chanceleres Dollfuß e Schuschnigg antes de emigrar, em 1938, para a Bélgica e posteriormente para o Brasil. É no exílio latino-americano que encontrou seu caminho, como ensaísta, no discurso sobre a literatura e que se inclinou para a esquerda radical.Seguindo-se a um necrólogo pouco respeitoso que Carpeaux publicou após o falecimento de Romain Rolland, explodiu uma controvérsia muito viva ente janeiro e maio de 1944, que polarizou por muitos meses os meios intelectuais brasileiros, divididos entre apoiadores e detratores de Carpeaux. Defendido por Alvaro Lins, Carpeaux foi especialmente atacado por Dalcídio Jurandir, Oswald de Andrade, Carlos Lacerda, Guilherme Figuereido e Genolino Amado. Mas são três artigos hostis de Georges Bernanos, fortemente marcados de antisemitismo, e publicados em O Jornal no começo de 1944, que obtiveram o maior impacto. O autor de Chemin de la Croix-des-Âmes critica aí a suposta galofobia de Carpeaux, apresentado então como um divulgador do fascismo. O interessado respondeu firmemente e a história da primeira república austríaca esteve assim bem presente no debate sobre o « caso Carpeaux », bem como o lugar do modelo francês que o autor vienense esforçava-se para relativizar nos suplementos literários da imprensa brasileira. São estes ocorridos, principalmente sob seu prisma político, que este estudo pretende analisar.
O imigrante austríaco Otto Maria Carpeaux (1900-1978) permanece célebre no Brasil come médiador, crítico literário e journalista político fortemente oposto, durante os anos 60, ao regime militar e a seus aliados norte-americanos. Autor de uma obra considerável, este comparatista selvagem compôs uma História da literatura occidental (1959-64) em oito volumes, muito pouco conhecida fora dos países lusófonos. Mudando seu verdadeiro nome, Otto Karpfen, este intelectual judeu converteu-se em Viena ao catolicismo e foi um ativo partidário do regime clérico-fascista dos chanceleres Dollfuß e Schuschnigg antes de emigrar, em 1938, para a Bélgica e posteriormente para o Brasil. É no exílio latino-americano que encontrou seu caminho, como ensaísta, no discurso sobre a literatura e que se inclinou para a esquerda radical.Seguindo-se a um necrólogo pouco respeitoso que Carpeaux publicou após o falecimento de Romain Rolland, explodiu uma controvérsia muito viva ente janeiro e maio de 1944, que polarizou por muitos meses os meios intelectuais brasileiros, divididos entre apoiadores e detratores de Carpeaux. Defendido por Alvaro Lins, Carpeaux foi especialmente atacado por Dalcídio Jurandir, Oswald de Andrade, Carlos Lacerda, Guilherme Figuereido e Genolino Amado. Mas são três artigos hostis de Georges Bernanos, fortemente marcados de antisemitismo, e publicados em O Jornal no começo de 1944, que obtiveram o maior impacto. O autor de Chemin de la Croix-des-Âmes critica aí a suposta galofobia de Carpeaux, apresentado então como um divulgador do fascismo. O interessado respondeu firmemente e a história da primeira república austríaca esteve assim bem presente no debate sobre o « caso Carpeaux », bem como o lugar do modelo francês que o autor vienense esforçava-se para relativizar nos suplementos literários da imprensa brasileira. São estes ocorridos, principalmente sob seu prisma político, que este estudo pretende analisar.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.