Estigma e violência na percepção dos profissionais de saúde mental de uma unidade psiquiátrica em hospital geral

Abstract

Resumo Introdução O artigo em questão é fruto de uma pesquisa no âmbito da saúde mental, em um dos dispositivos potencializados após a década de 1990. Objetivo A investigação teve como objetivo geral compreender a percepção dos profissionais de saúde mental, atuantes em uma Unidade Psiquiátrica de Hospital Geral, sobre os termos estigma e violência. Método Trata-se de pesquisa exploratória, descritivo-analítica com abordagem qualitativa. Teve como campo a Unidade de Internação Psiquiátrica de um Hospital Geral Universitário, no município do Rio de Janeiro. Os sujeitos da pesquisa foram 06 profissionais de saúde mental. Após a liberação dos Comitês de Ética, autorização da direção e o preenchimento dos Termos de Consentimento, o passo posterior envolveu as entrevistas semiestruturadas. Optou-se pela análise de conteúdo para trabalhar os dados obtidos. Resultados Enquanto alguns profissionais demonstraram desconhecer o significado de estigma, o termo violência foi exemplificado através de conceituações e aproximações com a realidade social. As diversas falas sobre a violência simbólica ganharam destaque. Ao mencioná-la, reconheceram que determinadas práticas junto aos pacientes, ainda que não agreguem violências de ordem física, reproduzem a estigmatização, que repercute na violência psicológica e nas negligências. Conclusão Ainda que a mudança no cuidado tenha se estabelecido, faz-se necessário o conhecimento do processo da violência e estigmatização nas práticas atuais, dado que tais fenômenos podem agravar o sofrimento existente.

Avaliação de uma capacitação de profissionais da atenção primária objetivando a redução de estigma aos transtornos mentais

“…Segundo os entrevistados, o estigma como expressão de violência interfere na relação de saúde e doença, e pode agravar o sofrimento mental. 25 Intervenções utilizadas em países de baixa e média rendas para diminuição do estigma foram reunidas em uma revisão por Heim et al, com a predominância de palestras teóricas, além de métodos interativos, estudos de caso ou dramatizações. Percebeu-se que o efeito de breves intervenções de treinamento, de uma hora a um dia, foi nulo ou pequeno, ao passo que intervenções de treinamento mais longas, com métodos mais sofisticados, produziram mudanças estatisticamente significativas nos questionários de estigma validados.…”

Histórias de vida e estigma de trabalhadores com transtornos mentais acompanhados em ambulatório especializado

“…O medo associado ao transtorno mental é justificado socialmente pelo discurso de periculosidade e imprevisibilidade, a das tentativas de desconstrução desse pensamento e estudos que demonstram que as pessoas com transtornos mentais sofrem mais violências do que as praticam (Barretto & Figueiredo, 2019;Nunes & Torrenté, 2009). A fala de João exemplifica esse aspecto: "Eu tava com outra realidade, eu tava com medo, susto ... mas não estava agressivo, eu nunca fiquei agressivo".…”

O estigma da feminilidade nas organizações: um estudo a partir da visão de sujeitos gays

“…O conceito de estigma é ainda pouco utilizado para a análise das questões relacionadas à gênero, sendo frequentemente associado aos estudos sobre obesidade (Wellman, Araiza, Solano, & Berru, 2019;Melo, Faria, & Kovacs, 2017), sobre doença mental (Barretto & Figueiredo, 2019;Collins, Wong, Breslau, Burnam, Cefalu, & Roth, 2019;Abramenko, Lovisi, Fonseca, & Abelha, 2017) e sobre o HIV/AIDS (Casétte et al, 2016;Villela & Monteiro, 2015). Segundo Goffman (1978), o termo "estigma" foi criado pelos gregos para se referir àqueles sujeitos que tinham seus corpos marcados por fogo ou corte, a fim de designar de forma negativa sua moral e seu status social.…”