Barreiras percebidas por médicos do Distrito Federal para a promoção da alimentação saudável

Abstract

Cad. Saúde Colet., 2014, Rio de Janeiro, 22 (3): 260-5 Resumo Objetivo: Analisar quais são as barreiras enfrentadas pelos médicos do Distrito Federal para realizar a promoção da alimentação saudável. Métodos: Foram considerados dados dos médicos que participaram da pesquisa "Promoção da Alimentação Saudável no SUS-DF: conhecimento, atitudes e práticas", conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) em 2008. Examinaram-se os dados referentes às características demográficas e profissionais, bem como as barreiras percebidas. A determinação dos tipos de barreiras foi feita por análise de componentes principais. Resultados: A maioria dos médicos participantes da pesquisa era composta por mulheres (61%) com idade média de 45 anos e média de atividade profissional de 18,7 anos. A análise resultou em uma solução de 4 componentes e que correspondeu a uma explicação de 59% da variân-cia total: (i) barreiras socioculturais dos usuários, (ii) barreiras relacionadas ao processo gerencial; (iii) barreiras de estrutura do serviço de saúde; e (iv) barreiras educacionais e de comunicação. Conclusão: As barreiras que limitam a promoção da alimentação saudável pelos profissionais de saúde são múltiplas e complexas. Os resultados demonstram que o usuário, em última instância, traduz a dificuldade de promover a sua saúde. Ou seja, os médicos consideram a cultura e as condições sociais como barreiras para a promoção da alimentação saudável. A capacidade do processo gerencial do serviço de saúde também parece contribuir para isso. Desse modo, investimentos em materiais educacionais, treinamento e infraestrutura para a promoção da alimentação saudável, aliados a um aprimoramento na formação médica, são recomendações importantes para a superação dessas barreiras.Palavras-chave: promoção da saúde; nutrição em saúde pública; atenção primária. AbstractObjective: To analyze which are the barriers that limit the promotion of healthy eating by physicians in basic health units at the primary care level in the Federal District (DF), Brazil. Methods: Data were collected from physicians included in the study "Promoting Healthy Eating in the SUS-DF: knowledge, attitudes and practices", conducted by the Oswaldo Cruz Foundation in 2008. Data regarding demographics, professional characteristics and perceived barriers were examined. Determination of barrier types was achieved by principal component analysis. Results: Most physicians were women (61%), mean age 45 years, mean 18.7 years of professional activity. The factor analyses resulted in a four factors solution that accounted for an explanation of 59% of the total variance, which were: (i) users socio-cultural barriers, (ii) barriers related to the management process, (iii) health service structure barriers, and (iv) education and communication barriers. Conclusion: The barriers that limit the promotion healthy eating by health professionals are multiple and complex. The results show that the patient ultimately translates the difficulty of promoting their health. In other words, physicians consid...

Difficulties in nutritional counseling and child growth follow-up: from a professional perspective

“…Based on the Donabedian reference (14) , those results are related to the Process and Structure components, the same way as found in the study performed by physicians in the Federal District that, when evaluating the barriers for promoting healthy eating in professional practice, it also expressed the relevance of sociocultural aspects of the population, inadequate healthcare services, and the lack of professional training (17) .…”

Práticas educativas em Segurança Alimentar e Nutricional: reflexões a partir da experiência da Estratégia Saúde da Família em João Pessoa, PB, Brasil

“…As limitações no que se refere ao conhecimento dos profissionais sobre as temáticas vinculadas à AN também foram apontadas, o que corroborou os resultados de outros estudos 19,22,23 O contato com a temática, geralmente, ocorria de forma superficial e diluída no conjunto de questões trabalhadas no dia a dia. A participação de profissionais do NASF nesse processo não foi referida, e, eventualmente, houve a menção dos estagiários de Nutrição e professores, além da abordagem do assunto pelos apoiadores no âmbito das equipes.…”

“…Conforme outros estudos evidenciaram 20,23 , constatamos forte ênfase dos entrevistados nos aspectos de cunho econômico, educativo e cultural, relacionando-os aos entraves apontados para a abordagem das questões sobre a AN no âmbito da USF Caleidoscópio. Boog 22 argumenta que desconsiderar a multidimensionalidade dos problemas alimentares, restringindo-os aos problemas sociais, provoca um 'sentimento de impotência' nos profissionais, que se reflete em suas práticas.…”

Gestión local de salud : intervenciones en relación a desigualdades sociales. Revisión crítica de artículos científicos acerca de la Argentina y Brasil en el período 2005-2015

“…En los artículos que trataban en torno a intervenciones de promoción de la salud (Heidemann & Almeida, 2010;Martins et al, 2010;Moreira & O´Dwyer, 2013;Fracolli, Gomes & Gryschek, 2014;Oliveira, Silva & Souza, 2014), se intentó dar cuenta de experiencias, especialmente comunitarias, extramurales. En algunos de ellos se identificaron avances en este sentido, intervenciones en espacios comunitarios, articulación con organizaciones del territorio (iglesias, escuelas), con temáticas variadas como alimentación, juego, etc.…”

“…En el artículo de Heidemann & Almeida (2010), se intentó estudiar este tipo de acciones y finalmente se concluyó que la sobrecarga de la demanda asistencial, y la desorganización del efector de APS en cuestión era tal -para los usuarios y el equipo de salud-que terminó analizando esta segunda cuestión, reforzando la propuesta de avanzar en intervenciones de promoción de la salud. Otras barreras y obstáculos hallados fueron la alta rotatividad del equipo de salud, la falta de capacitación, la confusión entre intervenciones preventivas y de promoción, la dificultad para generar articulaciones intersectoriales y participativas, y en algunos casos la distancia sociocultural con los usuarios y la falta de nociones de comunicación (Martins et al, 2010;Moreira & O´Dwyer, 2013;Fracolli, Gomes & Gryschek, 2014;Oliveira, Silva & Souza, 2014). Se refuerza la propuesta de que desde la gestión se afronten estos obstáculos a fin de que el equipo de salud pueda desarrollar dentro de sus tareas estas intervenciones (ver Cuadro 19).…”