O efeito da temperatura do ar na mortalidade por doenças cerebrovasculares no Brasil entre 1996-2017

Abstract

Resumo As doenças cerebrovasculares (DCV) estão entre as principais causas de mortalidade no mundo e a temperatura do ar é um dos seus fatores de risco, embora sua relação seja pouco estudada no Brasil. Este artigo objetiva investigar a relação entre temperatura do ar e mortalidade por DCV em 10 microrregiões nas cinco grandes regiões brasileiras. Foi realizado estudo de séries temporais com os óbitos diários por DCV e a média diária de temperatura do ar no período de 1996 a 2017. Foram utilizando dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e modelos aditivos generalizados com distribuição de Poisson e os riscos relativos e atribuíveis foram estimados (com intervalo de confiança de 95%) até uma defasagem de 14 dias com modelos DLNM (distributed lag non-linear models). No período ocorreram 531.733 óbitos por DCV nestas microrregiões, dos quais 21.220 (11.138-30.546) atribuíveis à temperatura do ar. As temperaturas de mortalidade mínima variaram entre 20,1°C em Curitiba a 29,6°C em Belém. Foram observadas associações entre temperaturas não ótimas do ar e aumento no risco de óbito em todas as cinco regiões brasileiras, destacando Manaus com risco relativo (RR) 1,53 (1,22-1,91) e Campo Grande com RR 1,52 (1,18-1,94) no frio, e Manaus com RR 1,75 (1,35-2,26) e Brasília com RR 1,36 (1,15-1,60) no calor.

Possíveis Efeitos Climáticos No Agravo De Hipertensão Arterial Sistêmica

“…Correlacionando as alterações de temperatura com a patogênese de HAS, há alterações vasculares tanto em baixas temperaturas quanto em altas temperaturas. Baixas temperaturas estimulam os receptores periféricos da pele, causando um aumento na estimulação simpática do sistema nervoso, causando a vasoconstrição e sobrecarga circulatória com a liberação de catecolaminas, além de contribuir para um estado de hipercoagulabilidade (MASCARENHAS et al, 2022). Além disso, o frio pode causar alterações no ritmo circadiano que pode alterar os níveis de cortisol sanguíneo, podendo aumentar a PA (PARK et al, 2019).…”

“…Além disso, o frio pode causar alterações no ritmo circadiano que pode alterar os níveis de cortisol sanguíneo, podendo aumentar a PA (PARK et al, 2019). Em contrapartida, o calor extremo causa inflamação local e sistêmica com liberação de interleucinas pró-inflamatórias, contribuindo para a instabilidade das placas ateroscleróticas e disfunção endotelial (MASCARENHAS et al, 2022). Essas interleucinas alteram os níveis de proteína C reativa plasmática (BARROSO et al, 2020)…”

“…Todavia os fatores relacionados ao ambiente possuem uma grande importância e podem modificar o impacto dos determinantes genéticos (MASCARENHAS et al, 2022).…”

“…. SegundoMascarenhas et al (2022), a desidratação causa hemoconcentração inibindo o sistema fibrinolítico ativando as vias de coagulação. Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2020 afirma que o aumento da PA pode ser fator de risco para diversas doenças, entre elas estão: a doença cardíaca coronariana, a insuficiência cardíaca, doença renal crônica, e as doenças cerebrais.…”

Ciências da Saúde: desafios e potencialidades em pesquisa - Volume 2

“…Essas interleucinas alteram os níveis de proteína C reativa plasmática (BARROSO et al, 2020). Segundo Mascarenhas et al (2022) 2018), e nos Estados Unidos é de 418 em 5135 casos, segundo Aune et al (2016). A incidência da HAS no Brasil apresenta-se de maneira variável entre as regiões do país, isso ocorre devido aos diversos tipos de clima que o país apresenta.…”