Prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos: um estudo na Atenção Primária à Saúde

Abstract

Resumo Os idosos são vulneráveis aos riscos do uso de medicamentos, principalmente daqueles considerados potencialmente inapropriados (MPI) em que os riscos superam os benefícios. O estudo buscou avaliar os MPI prescritos na Atenção Primária à Saúde (APS) e seus fatores associados. Realizou-se um estudo transversal, analítico, de março a dezembro de 2019, na APS em Campina Grande, Paraíba, através de entrevistas com 458 idosos. As variáveis independentes abrangeram características socioeconômicas, condição de saúde e utilização de medicamentos e o desfecho foi medicamento classificado como MPI pelo Consenso Brasileiro de Medicamentos Potencialmente Inapropriados. Verificou-se a prescrição de pelo menos um MPI para 44,8% dos idosos e a maioria de atuação no Sistema Nervoso Central (54,4%). No modelo ajustado, depressão (RP=2,01; IC95% 1,59-2,55), utilizar outros medicamentos além dos prescritos (RP=1,36; IC95% 1,08-1,72) e polifarmácia (RP=1,80; IC95% 1,40-2,33) permaneceram como fator associado e autorreferir ser portador de hipertensão arterial sistêmica tornou-se fator de proteção (RP=0,65; IC95% 0,49-0,87). Evidencia-se necessidade de ações que qualifiquem o uso de medicamentos por idosos, de modo a garantir acesso aliado à segurança.

Perfil farmacoterapêutico e o uso de medicamentos potencialmente inadequados entre idosos em Marabá – PA

“…Um estudo sobre a polifarmácia entre trabalhadores idosos no Rio Grande do Sul, apontam que as mulheres apresentaram uma prevalência no uso de três medicamentos 1,3 vezes maior do que os homens 10 . Relacionado pelo fato da assiduidade da participação das idosas nos serviços de saúde, por se preocuparem mais com a própria saúde em relação aos homens 11 . Porém, o consumo dos fármacos aumenta significativamente quando os idosos estão doentes e sintomáticos, independentemente do sexo 11,12 .…”

“…Relacionado pelo fato da assiduidade da participação das idosas nos serviços de saúde, por se preocuparem mais com a própria saúde em relação aos homens 11 . Porém, o consumo dos fármacos aumenta significativamente quando os idosos estão doentes e sintomáticos, independentemente do sexo 11,12 .…”

“…A distribuição farmacoterapêutica por grupos foi semelhante a outros estudos onde o maior consumo é observado em anti-hipertensivos e diuréticos do sistema cardiovascular e hipoglicemiantes, direcionados ao sistema endócrino [9][10][11][12][13] . São medicamentos regulares na indicação médica para tratamento da Hipertensão Arterial Sistólica (HAS) agregados a outros fármacos 15,16 .…”

“…No entanto, a multiplicidade dos fatores individuais de saúde-doença nos idosos devem ser considerados, sejam os biológicos e os não biológicos. Dentre os fatores pré-existentes, os farmacológicos estão nas diferentes alterações fisiológicas do envelhecimento que afetam a farmacocinética (senescência), bem como as alterações nos receptores de fármacos e a alteração nos mecanismos homeostáticos que afetam a farmacodinâmica 11 . Além das condições individuais, psicológicas e coletivas, sobretudo, as dinâmicas das condições sociais, familiares.…”

Avaliação do uso irracional de medicamentos por moradores de um bairro de Vitória - PE durante a pandemia do novo Coronavírus

“…Soma-se isso ao fato desse grupo etário estar diretamente relacionado à polifarmácia, o que aumenta o risco de Reações Adversas a Medicamentos (RAM) de três a quatro vezes (Secoli, 2010& Cassoni et al, 2014. Além disso, indivíduos idosos tendem a apresentar modificações fisiológicas que podem afetar a eficácia da resposta ao tratamento medicamentoso, gerando risco de desencadear aumento dos efeitos adversos (Farias et al, 2021).…”