Agente comunitário de saúde: reflexões sobre o processo de trabalho em saúde em tempos de pandemia de Covid-19

Abstract

Resumo O objetivo deste estudo é discutir a reorganização do processo de trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) em decorrência da pandemia da Covid-19, considerando sua importância enquanto um elo de articulação entre a comunidade e os serviços de saúde. Foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde, Scientific Electronic Library Online e Portal Brasileiro de Publicações Científicas em acesso aberto e revisão documental de notas técnicas e normativas das secretarias estaduais de saúde do Brasil. A análise baseou-se nas premissas da Atenção Primária à Saúde e nos eixos do trabalho do ACS, especialmente a competência cultural e a orientação comunitária, buscando discutir as mudanças introduzidas neste trabalho no que diz respeito aos seguintes aspectos: apoio às equipes de saúde, utilização da telessaúde e educação em saúde. Concluiu-se que a pandemia de Covid-19 demandou reorganização do processo de trabalho e dos fluxos assistenciais, e para que o ACS continue desenvolvendo suas atividades deve-se garantir condições dignas de trabalho, capacitação e educação permanente, evidenciando-se inclusive, a preocupação quanto à possível descontinuidade de outros cuidados necessários para garantir a atenção à saúde da população no território.

O Papel Do Enfermeiro Na Prevenção De Infecção Por Corrente Sanguínea

“…Destaca-se, no entanto, que o acesso a ferramentas tecnológicas se dá de forma heterogênea entre os diversos grupos sociais, o que pode gerar segregação, principalmente, em direção à população de baixa renda. Posto isso, é imperativo reivindicar investimentos estatais não só para a aquisição e a manutenção de aparelhos e aplicativos, mas, sobretudo, também, na promoção de acessibilidade a essas tecnologias (MACIEL et al, 2020).…”

“…Essas ações, pautadas na Atenção Básica, podem ser realizadas a partir de diferentes canais de comunicação como rádios, carros de som, panfletos, cartazes, redes sociais, contatos telefônicos e, presencialmente, nas Unidades de Saúde da Família (DIAS e RIBEIRO, 2020;MACIEL et al, 2020).…”

Mulheres No Climatério E Sua Sexualidade: Uma Perspectiva Biopsicossocial

“…(DIAS e RIBEIRO, 2020). Maciel et al (2020) e Júnior et al (2020) ressaltam a importância do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na saúde, como estratégia de manutenção dos atendimentos e do isolamento social, além de oferecer oportunidade para uma maior eficiência e a efetividade do trabalho dos profissionais da Atenção Básica, pois favorecem a descentralização, a longitudinalidade e a acessibilidade aos cuidados disponibilizados pela APS, com a possibilidade de atendimentos à distância, podendo, ainda, reduzir custos e deslocamentos.…”

“…Destaca-se o trabalho do ACS, nesse momento, que é primordial visto sua atuação ser um elo importante entre o serviço e a comunidade e pela sua capilaridade no território, podendo atingir uma maior parcela da população e obter melhor resultado em suas práticas (MACIEL et al, 2020). A participação da população nas ações comunitárias é fundamental para um bom resultado, sendo a formação de redes solidárias comunitárias, nos moldes de Nunciaroni et al (2020), um exemplo de nova potência para mudar a realidade das comunidades, tão afetadas nesta pandemia, e que evidenciam a força do povo em atuar para a própria saúde, quando esquecidas pelo Estado.…”

“…Outra questão apontada é a necessidade urgente de treinamento continuado dos profissionais da Atenção Básica a partir de protocolos estabelecidos e atualizados, que possibilitem melhor efetividade no processo de trabalho e gere mais segurança aos profissionais de todos os níveis MACIEL et al, 2020;COSTA et al, 2021). Sobre esse tema, Vieira-Meyer et al (2020), ao avaliar 4048 dentistas que trabalhavam na rede pública de saúde na atenção primária ou secundária brasileira, verificaram que 99,41% desses profissionais acreditavam que a COVID -19 podia ser transmitida por procedimentos odontológicos e que 83,55% não acreditavam que os equipamentos de proteção individual (EPI) de rotina seriam suficientes para protegê-los do contágio.…”