Qualidade do Pré-Natal no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde 2013

Abstract

Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar a adequação do cuidado pré-natal no Brasil associado a determinantes sociodemográficos. A pesquisa consistiu em uma análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada no Brasil em 2013. Foram avaliados dois desfechos sobre a adequação do pré-natal, o índice de Kessner modificado por Takeda que, além de levar em consideração esse índice, avaliou se houve aferição da pressão arterial e do peso em todas as consultas, realização de algum exame de sangue e urina e ultrassom. Ambos indicadores de qualidade foram avaliados para o Brasil e também pelas macrorregiões do país. De acordo com o desfecho 1, 80,6% das mulheres realizaram o pré-natal adequado. Ao adicionarmos a realização de exames (Desfecho 2) o percentual foi 71,4%. O pré-natal adequado foi mais frequente entre as mulheres de cor branca e que realizaram o pré-natal na rede privada. A região norte apresentou as menores frequências de pré-natal adequado, enquanto a região sudeste as maiores. Apesar da ampla cobertura, o pré-natal no Brasil ainda apresenta iniquidades e baixa qualidade no atendimento, especialmente entre mulheres das regiões mais pobre do país.

Strategies For Strengthening High Risk Pregnancy Care In Primary Healthcare Services

“…Although the results suggest that the ESF and mixed units have greater opportunity to perform care for pregnant women of black or brown color, 19 it is pointed out that these groups of pregnant women are unable to perform the recommended routine examinations, they have more commute during childbirth, have a reduced number of prenatal consultations 20 and overall have higher rates of inadequacy for prenatal care 21,22 . This situation reinforces the discussions presented that expanding access to prenatal care was not sufficient for inducing quality care 23 , and although EFS and mixed units are able to strengthen the continuity of care between services, they may not be able to effect care for pregnant women.…”

Avaliação do cuidado pré-natal nos serviços de Atenção Básica à Saúde do Piauí no contexto do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica

“…Além disso, o cuidado pré-natal ocasiona oportunidades para a comunicação e apoio as mulheres, as famílias e as comunidades, em uma fase crítica da vida das mulheres (WHO, 2016). (BERNARDES et al, 2014;DOMINGUES et al, 2015;DOMINGUES et al, 2013;FONSECA et al, 2014;GOUDARD et al, 2016;MARIO et al, 2017;MARTINELLI et al, 2014;RIBEIRO et al, 2009;TOMASI et al, 2017), sendo que, as mulheres indígenas, pretas, com menor escolaridade, maior número de gestações e residentes nas regiões Norte e Nordeste são as que possuem menos acesso (VIELLAS et al, 2014).…”

“…Vale ressaltar que, além de menor acesso ao cuidado pré-natal, a cor da pele também se mostra determinante para menor acesso ao uso de anestésico no parto vaginal, menor realização de exame citopatológico do câncer do colo do útero e maior risco de cirurgia de esterilização entre mulheres pardas e pretas quando comparadas às brancas, tanto no setor público quanto no privado (MARIO, et al, 2017).…”

“…Observa-se que procedimentos clínico-obstétricos como a verificação do peso e da pressão arterial das gestantes, bem como, a medida da altura uterina e a ausculta dos batimentos cardíacos fetais têm sido incorporados na rotina do cuidado pré-natal (ANVERSA et al, 2012;DOMINGUES et al, 2012;GOUDARD et al, 2016;MARIO et al, 2017;POLGLIANE et al, 2014;TOMASI et al, 2017), no entanto, o exame clínico das mamas parece ser esquecido (ANVERSA et al, 2012;GOUDARD et al, 2016;TOMASI et al, 2017).…”

“…Quanto aos exames laboratoriais preconizados, estudos locais e nacionais demonstram elevadas proporções de realizações, sobretudo, dos exames que devem ser solicitados na primeira rotina (GOUDARD et al, 2016;MARIO et al, 2017;TOMASI et al, 2017), no entanto, quando analisados os exames de repetição, esses números tendem a reduzir (BRASIL, 2008;DOMINGUES et al, 2013;MARTINELLI et al, 2014;POLGLIANE et al, 2014;VIELLAS et al, 2014). Também, as dificuldades para a realização dos exames prénatais preconizados estiveram, prioritariamente, relacionadas à problemas nos serviços de saúde (ALMEIDA;TANAKA, 2009;DOMINGUES et al, 2013;MIRANDA;FERNANDES, 2010).…”