No Brasil, o embrião do que é conhecido na atualidade por “Educação em Saúde” surge apenas na segunda metade do século XIX, após a chegada da família real portuguesa. Apesar disso, as campanhas sanitárias, definidas como publicidades que objetivam à orientação para execução de práticas de cuidado com a propria saúde, portanto instrumentos essenciais da Educação em Saúde, surgem apenas no começo do século XX, pautadas em um modelo coercitivo e fiscalizador. Com o passar das décadas, a utilização de campanhas sanitárias como instrumentos da Educação em Saúde foi tendo seus objetivos, publico-alvo e espaços de atuação modificados. Dessa forma, a veiculação desse tipo de campanha, da maneira como ocorre hoje, é fruto de um processo histórico que se entrelaça com os modelos de saúde e educação defendidos em cada época da história brasileira. Na atualidade, é defendido um modelo de Educação em Saúde mais dialógico e inclusivo, denominado de Educação Popular em Saúde, sendo necessário aplicar esse modelo para os instrumentos que compõem as campanhas sanitárias. Diante disto, ficou evidente a necessidade de refletir sobre a utilização, produção e mensagens veiculadas em campanhas sanitárias para compreender a necessidade desse material caminhar, de fato, para uma Educação Popular em Saúde.