2016
DOI: 10.1590/0104-87752016000200009
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Trabalhadores das ferrovias: A Companhia Paulista de Estrada de Ferro, São Paulo, 1870-1920

Abstract: Resumo Este artigo pretende compreender as relações entre ferrovia e transformações no mundo do trabalho, tomando por base empírica a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A pesquisa realizada organizou a documentação funcional (fés-de-ofício) de 1900 trabalhadores da Paulista para o período 1872/1919. Tratava-se de resgatar histórias de vida funcionais de milhares de trabalhadores. Procura-se compreender dinâmicas deste segmento da classe trabalhadora, identificando os atributos de nacionalidade, cor, orig… Show more

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“…Ao empregar apenas trabalho assalariado e ajudar a promover a imigração, a ferrovia estimulava a constituição de um mercado de trabalho livre. (Lamounier, 2008: 218) Anna Lanna (2016), em sua pesquisa sobre os trabalhadores da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) contratados entre 1872 e 1919, observa como as pessoas negras estavam excluídas da contratação: nos registros dos quadros funcionais da Companhia desse período, a quantidade de trabalhadores "negros" variou de 7,5% a 13%. No entanto, o fato de estarem excluídos dos registros oficiais não significa estarem eles excluídos de realizar trabalho; eis o equívoco: o operário-trabalhador é branco, o negro também trabalha.…”
Section: Artigo | Stella Zagatto Paterniani |unclassified
“…Ao empregar apenas trabalho assalariado e ajudar a promover a imigração, a ferrovia estimulava a constituição de um mercado de trabalho livre. (Lamounier, 2008: 218) Anna Lanna (2016), em sua pesquisa sobre os trabalhadores da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) contratados entre 1872 e 1919, observa como as pessoas negras estavam excluídas da contratação: nos registros dos quadros funcionais da Companhia desse período, a quantidade de trabalhadores "negros" variou de 7,5% a 13%. No entanto, o fato de estarem excluídos dos registros oficiais não significa estarem eles excluídos de realizar trabalho; eis o equívoco: o operário-trabalhador é branco, o negro também trabalha.…”
Section: Artigo | Stella Zagatto Paterniani |unclassified
“…Os imigrantes lusos constituíram redes (DEVOTO, 1988;TRUZZI, 2008) de recepção e acolhimento, que ampliavam possibilidades de arranjar emprego nos setores fabris, de serviços, obras públicas e também no setor ferroviário, no qual eram entre 16% e 18% dos trabalhadores, destacando-se nas funções de feitores e maquinistas. (LANNA, 2016) A esse respeito, é significativo que mesmo em um município como São Carlos, no qual os italianos predominavam amplamente na população de estrangeiros (na razão de sete para um em relação aos portugueses), o censo municipal realizado no ano de 1907 indique que dentre os 281 ferroviários presentes no município, os portugueses eram os mais numerosos entre os estrangeiros (140 brasileiros, 70 portugueses, 36 italianos, 25 espanhóis, 6 alemães e 4 de outras nacionalidades). (Censo, 1907) Em Ribeirão Preto (1908) trabalhavam na Companhia Mogiana "infinidades de portugueses, cujos serviços os lusos davam preferência".…”
Section: Portugueses Nos Interiores De São Paulo: Trabalhos E Lutasunclassified
“…Era comum a profissão ser passada de pai para filho, com o herdeiro repetindo o ciclo profissional do seu progenitor ao iniciar na profissão em cargos inferiores, buscando perseguir paulatinamente postos mais elevados na estrutura produtiva e organizacional da ferrovia. Além disso, as empresas ferroviárias costumavam abrir vagas e espaços de atuação exclusivos para os filhos de seus funcionários, a exemplo dos cursos de formação profissional oferecidos pelas próprias companhias em suas oficinas de construção, reparo e manutenção do material ferroviário (SEGNINI, 1982;LANNA, 2016;INOUE;GRANDI, 2021).…”
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