Este artigo tem como objetivo analisar e comparar as estratégias de uso da tipografia em dois livros ilustrados: Daqui ninguém passa! e Meu vizinho é um cão. Ao identificarmos que a literatura brasileira apresenta uma lacuna em relação à análise tipográfica nos livros ilustrados, buscamos contribuir com a discussão da expressividade tipográfica no modo de articulação dos livros ilustrados enquanto medium. Para isso, utilizamos a abordagem formalista, explicitando quatro categorizações de uso tipográfico: iconicidade do texto, os tipos de diagramação, as funções textuais e as relações entre texto e imagem. Apesar de os textos dos dois livros serem de uma mesma autora, eles diferem na iconicidade do texto, no tipo de diagramação e na função textual, condicionando ritmos de leitura fundamentalmente distintos. Assim, este artigo contribui para a compreensão de como as estratégias tipográficas articulam diferentes expressões no medium do livro ilustrado.