Culturas juvenis e temas sensíveis ao contemporâneo: uma entrevista com Carles Feixa Pampols

Abstract

RESUMO Carles Feixa Pampols é professor catedrático de antropologia social da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona. É doutor em Antropologia Social pela Universidade de Barcelona e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Manizales (Colômbia). O Dr. Feixa tem se dedicado aos estudos das Culturas Juvenis, tendo publicado mais de 50 livros sobre o tema e sendo pesquisador visitante em importantes universidades de países como: Espanha, Itália, México, França, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Peru, Brasil, entre outros. Nesta entrevista, concedida aos professores Victor Oliveira, Miriam Lacerda e Andreia dos Santos, o professor Feixa discute temas importantes para o campo de pesquisa na área de juventudes, bem como apresenta pistas para as opções metodológicas no campo. Ele afirma, dentre suas contribuições, que uma maneira interessante de estudar as juventudes é pelo viés das histórias de vida, pois se considera que a juventude não tem história de vida ou biografia, porque ainda estaria em construção. Por outro lado, acredita ser justamente nesta fase no qual poderiam começar a narrar e construir suas histórias, assim, as utiliza para a construção de suas pesquisas.

Confianza en las instituciones y la democracia. Los casos de los jóvenes españoles y latinoamericanos

“…O acesso a um modo de sustento, de ganhar a vida, seria eu creio uma das demandas, senão uma das alternativas é depender da família ou do Estado, que sempre supõe um corte no processo de emancipação. E em terceiro lugar, como demanda universal, seria um acesso igualitário à informação, portanto, às redes sociais e ao mundo digital (Feixa, 2018).…”

“Reforma” do Ensino Médio, jovens estudantes e Geografia Escolar

“…De acordo com a autora, "resta, assim, de um modo amplo e difundido, a manutenção de uma desqualificação generalizada da atuação pública dos jovens e um temor relativo à inserção dos jovens nos processos de construção e consolidação da democracia" (Abramo, 1997, p.28). Essa desqualificação também se expressa no que Feixa et al (2018), definem como juvenicídio moral, isto é, a estigmatização, o menosprezo constante, o não levar em conta o que os jovens querem ou dizem.…”

Quem são os jovens que vivenciam o “novo” Ensino Médio? Um estudo de caso em Porto Alegre/RS

“…Outro ponto abordado teve como base os estudos de Abramo (1997) e Feixa et al (2018), que discutem a existência de um estereótipo que retrata os jovens como desinteressados por assuntos políticos e sociais. O que frequentemente leva à desqualificação, menosprezo e até desconsideração por aquilo dito pelos jovens.…”

“…Persiste, assim, de maneira generalizada e amplamente difundida, a desvalorização da participação pública dos jovens e um temor em relação às suas contribuições nos processos de construção e fortalecimento da democracia (Abramo, 1997). A falsa noção de uma juventude desprovida de posicionamento crítico também se vincula ao que Feixa et al (2018) descrevem como juvenicídio moral, que envolve a estigmatização, o constante menosprezo e a falta de consideração pelo que os jovens desejam ou dizem. Desse modo, quando se trata das reivindicações das juventudes na atualidade, os autores enfatizam que o elemento fundamental seria ter voz, no sentido de que os jovens anseiam por serem ouvidos pela sociedade.…”