Eugenia: a higiene como estratégia de segregação

Gioppo, Christiane

doi:10.1590/0104-4060.167

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“…Por fim, cabe frisar que se em 1931 foi criada a Comissão Central Brasileira de Eugenia, no ano de 1934 temos a promulgação de uma Constituição Brasileira na qual havia a menção explícita em propiciar uma educação eugênica. Textos explicando as supostas vantagens da Eugenia estiveram presentes nos livros de formação de professores por muitos anos e que somado à escassez de materiais voltados para tais fins, supõe-se que grande parte dos docentes, em algum momento, chegaram a ter algum desses livros (Gioppo, 1996).…”

Section: Educação Eugênica: O Ensino De Biologiaunclassified

“…Se a Eugenia, enquanto campo discursivo, possui um percurso relativamente recente na história do Brasil, há possibilidades concretas de que muitas destas práticas ainda persistam em materiais de ensino e/ou nas práticas cotidianas de muitos docentes que foram formados a partir dessa ótica. É o caso de conceitos sobre processos de aprendizagem que estão por trás de atitudes consideradas inerentes às escolas e que refletem ideias de segregação, a exemplo da separação de turmas "fortes e fracas" ou filas de cadeiras com alunos separados por notas obtidas em avaliações (Gioppo, 1996).…”

Section: Usos Educativos Da História Das Ciênciasunclassified

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Divulgação e Educação Científica Racista no Boletim de Eugenia (1929–1933): Uma Análise Crítica com Vistas a Contribuir para uma Educação em Ciências Contemporânea

Neto

2021

RBPEC

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A História, Sociologia e Filosofia das Ciências Biológicas se constituem em importantes meios pelos quais podemos analisar criticamente o processo de constituição da Educação em Ciências. No Brasil, pelo menos desde o final do século XIX, circulavam teorias científicas que enfatizavam a segregação racial a partir de uma argumentação biológica. Exemplo de uma dessas organizações científicas são as Sociedades Eugênicas e o Boletim de Eugenia, publicação impressa existente entre os anos de 1929 a 1933. A presente pesquisa parte da análise dos 42 números do Boletim de Eugenia, publicados entre os referidos anos, reconhecendo essas publicações enquanto estratégia de divulgação científica na qual se propagandeava uma educação eugênica na sociedade brasileira. A partir da análise empreendida e tendo como ferramenta analítica o conceito de Necropolítica do filósofo Achille Mbembe, foram destacados elementos discursivos com foco para os processos de racialização da população e da consequente discriminação segregativa produzida pelo elemento padronizado (pessoas consideradas “brancas”) para o desviante (pessoas negras e/ou aquelas consideradas, na linguagem utilizada à época, “pessoas de cor”). O artigo se estrutura em três seções, apresentando conceituações gerais sobre Eugenia e Eugenismo, os elementos narrativos que propunham programas curriculares de educação eugênica e o incentivo a Educação Sexual como estratégia eugênica. Se eticamente uma educação antirracista deve ser de responsabilidade de todas as áreas do conhecimento, cabe às Ciências Biológicas, entre possíveis atitudes, analisar os processos históricos que constituem suas bases epistemológicas, identificando possíveis permanências, em suas práticas cotidianas, das estruturas racistas.

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Section: Educação Eugênica: O Ensino De Biologiaunclassified

Section: Usos Educativos Da História Das Ciênciasunclassified

Divulgação e Educação Científica Racista no Boletim de Eugenia (1929–1933): Uma Análise Crítica com Vistas a Contribuir para uma Educação em Ciências Contemporânea

Neto

2021

RBPEC

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“…O termo surgiu para se justificar a ideia de melhoria das raças, enfatizando-se o fato de que quanto mais pura elas fossem mais forte e melhor seriam (Gioppo, 1996).…”

Section: Introductionunclassified

Estigma e discriminação no ambiente escolar: uma proposta para a construção da práxis docente no ensino de sociologia

Machado¹,

Napoli

2016

Imagens Educ.

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ResumoEste artigo tem como objetivo propor um método de ensino na forma de uma sequência didática, tendo como referência metodológica a Pedagogia Histórico-Crítica, para auxiliar os professores da Educação Básica, particularmente, da disciplina de Sociologia, a evitarem relações discriminatórias, transferidas do meio social para o ambiente escolar, as quais foram aqui chamadas de 'fenômenos caóticos ressonantes'. A metodologia foi aplicada em alunos do ensino médio de uma escola pública no interior de São Paulo, procurando problematizar o processo de estigmatização exercido pelos alunos nativos da cidade e sofrido por estudantes de origem nordestina, resultando na melhoria da convivência entre ambos. Palavras-chave: ensino de sociologia, estigma, fenômeno caótico ressonante, Pedagogia Histórico-Crítica.Abstract: Stigma and discrimination in the school environment: proposal for the construction of the teaching practice in the sociology of education. This article aims to propose a method of teaching in the form of a didactic sequence, having as methodological reference the Historical-Critical Pedagogy, to help teachers of basic education, particularly the discipline of Sociology, to avoid discriminatory relations, transferred from the social environment to the school environment, which are here called 'resonant chaotic phenomena'. The method was applied to high school students in a public school in São Paulo, seeking to problematize the stigmatization process exercised by the native students from the city and undergone by students from the Northeast, resulting in improved coexistence between them.

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“…A segregação por sexo e gênero dos banheiros públicos atende ao ideal heteronormativo que se apoiou primeiro nas ideias de higiene e saúde pública, e depois na teoria das diferenças biológicas entre homens e mulheres. São diversos as autoras/es (COSTA, 2013;GIOPPO, 1996;KOGAN, 2007;MARQUES, 1995;PAIVA, 2000;RODRIGUES, 2011;SILVA, 2007) que analisam e descrevem a influência do discurso médico-higienista na estrutura das cidades a partir do século XIX, mostrando, no caso de Costa (2013), como este tipo de linguagem impacta de forma simbólica e concreta na economia e na política urbanas: "a influência da linguagem médica no discurso urbano se concretiza na medicalização da sociedade e do espaço, influenciando as políticas urbanas, as formas de habitar, as práticas de higiene (COSTA, 2013, p. 67).…”

Section: Figura 5: Placa De Banheiros Em Universidades Brasileiras 109unclassified

Banheiros públicos como demarcação de fronteiras identitárias: experiências de mulheres lésbicas em São Paulo

Cicconetti¹

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Em primeiro lugar, agradeço a todas as entrevistadas que aceitaram o convite para participar da pesquisa e através do relato em primeira pessoa de suas histórias e experiências, não só contribuíram com a pesquisa, mas também foram além dela e suas vozes se transformaram num contraponto ao silenciamento, à invisibilidade e às opressões que o sistema heteropatriarcal impõe sobre as dissidências sexogenéricas da norma. Reivindicaram também seus direitos de ser e de estar no mundo. Com suas narrações romperam tanto com os moldes estéticos binários como com os imaginários heteronormativos das corporalidades, das sexualidades e dos gêneros. Agradeço também, muito especialmente, à minha orientadora a Professora Doutora Valéria Barbosa de Magalhães que apostou, desde um primeiro momento, nesta pesquisa entendendo que à mesma retratava um paradigma social e cultural contemporâneo. Sou grata a ela porque me concedeu não só seu voto de confiança e estimulo constante, mas também porque compartilhou comigo seu tempo, manteve sempre um diálogo aberto e horizontal, a todo momento fomentou minha participação em instâncias de formação acadêmica nacionais e internacionais, como também abriu-me as portas do Grupo de Estudos e Pesquisa em História oral e Memória (GEPHOM), através do qual pude me engajar e aprender sobre questões teóricas e metodológicas de pesquisa. Na retaguarda deste percurso acadêmico há muitas pessoas envolvidas, tanto no Brasil como na Argentina, que me deram apoio, contenção e sem as quais eu não teria sido capaz de me lançar em tamanho desafio. Agradeço à minha família na Argentina, minha avó Elsa Massochi e aos meus irmãos Martín, Matias, María Laura e Eduardo que diante de cada empreendimento vibraram e sonharam comigo; a Cecilia Vazquez, com quem aprendi e aprendo muito, principalmente, a construir autonomia; e às minhas amigas que são meu "fio terra" Melisa Ferreccio, Luciana Quiroz e Manuela Noriega. À minha família no Brasil, à minha tia e madrinha Ana Massochi, por me ajudar e acompanhar a cada passo e por me animar a sonhar grande; aos meus queridos primos Carlos Livieres e Paula Fonseca pelo alento e amor de sempre; agradeço também o acolhimento, o apoio e carinho de Francisca, Tereza e Henrique Carvalho e a Erick Morris, minha família recifense. Também agradeço a minhas amigas e companheiras de luta Luciana Rosseto e Celina Lagrutta que me acompanharam a cada momento. Agradeço também a Fabián Cevallos Vivar, por ser um amigo aliado, generoso e atento, com quem desvendei, ao longo deste percurso acadêmico, os mais diversos quebra-cabeças. Meu agradecimento eterno a Iara Freiberg, a irmã que a vida me deu, pelo exercício diário de questionarmos, de imaginar e de fazer da nossa cotidianidade um mundo melhor. Agradeço imensamente a Jessica Morris, minha companheira, por me incentivar e encorajar dia a dia, por ser uma parceira e amiga sem igual, com quem aprendo, descubro e invento uma multidão de mundos possíveis onde viver. Meu amor infinito para você. Por fim, agradeço ao Programa de Pós-Graduação em...

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Eugenia: a higiene como estratégia de segregação

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Divulgação e Educação Científica Racista no Boletim de Eugenia (1929–1933): Uma Análise Crítica com Vistas a Contribuir para uma Educação em Ciências Contemporânea

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