RESUMO A vegetação natural no entorno de nascentes desempenha importantes serviços ecossistêmicos, sendo essencial sua conservação e restauração. Nesse sentido, objetivou-se analisar o estado atual da composição florística em nascentes da subbacia do Arroio Manoel Alves, em Itaara, Rio Grande do Sul, como forma de caracterização do nível de possíveis fontes de impacto sobre a comunidade arbórea. O levantamento da composição florística foi realizado em seis nascentes, essas foram classificadas como degradada, perturbada ou preservada. Em cada nascente foram amostradas quatro parcelas de 5 x 30 m, totalizando 600 m². As espécies foram classificadas por síndrome de dispersão e grupo sucessional. A similaridade florística entre as nascentes foi comparada por meio de análise de agrupamento. Foram amostrados 485 indivíduos, distribuídos em 46 espécies e 23 famílias botânicas nas seis nascentes. A espécie exótica Eucalyptus sp. foi encontrada em todas as nascentes. Houve a dominância de espécies com síndrome de dispersão zoocórica e do grupo sucessional pioneira. O dendrograma demonstrou maior dissimilaridade entre nascentes preservadas e degradadas. A principal causa de alteração na composição florística das nascentes foi o plantio de Eucalyptus sp. em áreas de preservação permanente. Os valores do índice de Shannon e a riqueza das nascente avaliadas são inferiores aos encontrados em outros estudos realizados na mesma fisionomia florestal, evidenciando impacto na comunidade arbórea das nascentes. PALAVRAS-CHAVE: área de preservação permanente, bacia hidrográfica, nível de perturbação, similaridade florística.