Família, filiação, parentalidade: novos arranjos, novas questões

Abstract

Resumo Este artigo pretende analisar questões e desafios importantes e atuais que se colocam com as transformações ocorridas no campo da família, filiação e parentalidade, e a maneira como autores contemporâneos se posicionam em relação a eles. Para isso, serão explorados diversos campos do saber, como psicanálise, sociologia, antropologia e filosofia. Primeiramente, apresentarei e criticarei as ideias de autores que interpretam de modo negativo a emergência de novos arranjos familiares, alguns inclusive criticando as demandas dos homossexuais de união e acesso à filiação. Em seguida, explorarei as propostas de autores que positivam o novo, problematizam pontos e impasses surgidos no social e na clínica, e fazem propostas clínicas para o acolhimento dos pacientes e suas famílias.

Influences of Structural and Developmental Factors on Family Functioning

“…This traditional arrangement is characteristic of the modern family and was observed in studies that assessed the effectiveness of family functioning in Colombia (9,12,13) and Mexico (15,17) . However, it has been losing space for arrangements of homosexual or single-parent families, less frequent even in this study, but a characteristic of contemporary families (26) .…”

Homoparentalidade Masculina: Experiências De Pais Homossexuais

“…À parentalidade compete o exercício das funções parentais por parte dos adultos em relação aos filhos (Pombo, 2019), fundamentando-se no desejo dos pais e na adoção simbólica que estes realizam no tocante às crianças (Ribeiro, Mendes, Couto & Azevedo, 2017). Ser pai e mãe é visto como um processo singular que ocorre baseando-se na reflexão pessoal sobre a herança a ser transmitida intergeracionalmente, sendo, a parentalidade, entendida como fruto da relação entre os laços biológicos e a parentalização dos pais.…”

“…Outra forma de acessar à parentalidade é por meio da adoção, podendo ser realizada pelo casal ou por apenas um dos membros (Ribeiro, Mendes, Couto & Azevedo, 2017;Pombo, 2019). No Brasil, ocorre com muita frequência uma possibilidade de adoção conhecida como "adoção à brasileira", na qual um casal ou uma única pessoa se responsabiliza pela criação do filho de terceiros, registrando-o legalmente em seu nome, como se fosse filho biológico e assumindo todas as funções parentais Silva, Uziel & Hernández, 2013).…”

“…A busca pelo reconhecimento legal da homoparentalidade configura-se como importante para garantir os direitos dessas famílias; todavia, acaba por gerar um paradoxo, pois contribui para ratificar a imagem da família nuclear como (Pombo, 2019).…”

“…Todavia, ainda que os pais possuam o mesmo sexo biológico, há a transmissão da diferença sexual para os filhos, garantindo a constituição subjetiva dos mesmos (Maracajá & Batista, 2014). A teoria psicanalítica não propõe uma relação direta entre função e gênero, pois não é a anatomia que define a função, o que faz com que a parentalidade esteja relacionada às particularidades e ao desejo de quem a exerce, permitindo que cada um assuma a função de acordo com ascaracterísticas que favoreçam seu desempenho (Pombo, 2019;Ribeiro, Mendes, Couto & Azevedo, 2017;Zambrano, 2006). (Maracajá & Batista, 2014).…”