As condições de trabalho e o adoecimento de professores na agenda de uma entidade sindical

Abstract

RESUMO O objetivo deste artigo é analisar como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação problematizou a relação entre as condições de trabalho e o adoecimento dos professores, bem como identificar que papel assumiu diante da questão. Por meio de pesquisa documental e entrevistas com sindicalistas da instituição, afirma-se que foi no final de 1990 que a questão saúde e trabalho passou a ser problematizada, e seu enfrentamento deu-se a partir da proposta principal de coletivizar o fenômeno e se organizar institucionalmente para atender às demandas geradas pela introdução do tema saúde dos trabalhadores da educação na sua agenda sindical.

Work Context and Stress Symptoms in Basic Education Teachers

“…There was no statistical difference in stress between PSS and LIS-E averages considering first and final grades. It is possible that both beginning and final grade teachers are encountering similar difficulties with work structuring, workload, economic factors, troubled student relationships, elements that may be related to the approximation of scores obtained on stress scales, affecting the two groups similarly (Gouveia, 2016;Pereira et al, 2014;Scandolara et al, 2015), although the scores are close to that of the general population.…”

“…Final grade teachers may suffer greater pressure and demand for results for the accountability of education professionals for student performance (Vieira, Vidal, & Nogueira, 2015). The work pace of teachers from 5th to 9th grade (Gouveia, 2016;Vieira, Vidal, & Nogueira, 2015;Zibetti & Pereira, 2010) may also contribute to the higher score in this item, with greater pressure on final grade teachers (Arvidsson, Håkansson, Karlson, Björk, & Persson, 2016). Psychology…”

Autonomia do professor: uma perspectiva interdisciplinar para a cultura do cuidado docente

“…Outro estudo a ser destacado intitula-se: "Retratos da escola 3: realidade sem retoques da educação no Brasil -relatório de pesquisa sobre a situação dos trabalhadores(as) da educação básica" (CNTE, 2003). Esse estudo envolveu professores de vários Estados e contou com a participação de entidades de classe da categoria docente, como a CNTE e o Sindicato dos Professores, sendo desenvolvido num contexto de preocupação da organização institucional para atender as demandas geradas pela introdução do tema saúde dos trabalhadores da educação na agenda sindical (CODO, 2002;CNTE, 2003;GOUVÊA, 2016). A partir dele, foi constatado que havia ocorrência de problemas de saúde em 30,4% dos educadores; de cirurgias em 43,7% deles e de licenças médicas em 22,6%.…”

“…Segundo Gouvêa (2016), os agravos à saúde decorrentes das condições de trabalho têm efeitos e implicações que atingem, não somente professores, mas toda a estrutura escolar e educacional: há uma relação estreita entre a saúde do professor e a qualidade do trabalho docente e da educação no país. Isso confirma a necessidade da discussão da saúde dos ARTIGO professores e trabalhadores da educação adentrar no espaço escolar e nos espaços formadores de professores.…”

“…No Brasil, o processo de universalização da educação básica, iniciado nos anos de 1990, produziu aumento da incorporação da força de trabalho de professores nas escolas sem precedentes na história do país, gerando contingente de professores atuando em realidades econômicas, sociais, culturais e educacionais diversificadas, com distribuição em 26 sistemas estaduais e 5.570 sistemas municipais de ensino. Nesse contexto, e como resultante das condições de trabalho, a questão do adoecimento dos professores emerge como uma temática relevante na Educação e vem se configurando como objeto de estudos, tanto no meio ARTIGO acadêmico quanto no sindical ou de instituições de pesquisa em âmbito nacional (GOUVÊA, 2016).…”