Dispositivos de Escuta de Adolescentes Privados de Liberdade e de Agentes Socioeducativos

Abstract

Resumo Este estudo objetivou evidenciar um método de intervenção triangular na socioeducação. Foram implementados três dispositivos metodológicos: um plantão psicológico de escuta individual, um de grupo de fala com adolescentes e uma intervenção em Psicodinâmica do Trabalho com os agentes socioeducativos. A escuta dos adolescentes apontou como a violência comparece na relação entre eles e os adultos, entre eles e os pares e no espaço institucional. Por outro lado, a escuta dos agentes possibilitou situar como a violência permeia as situações de trabalho. A clínica ampliada, no contexto institucional, permitiu vislumbrar o lugar da violência na dinâmica relacional intersubjetiva, seus impactos psíquicos e os riscos à saúde mental dos sujeitos.

“Quero enxergar um pouco mais”: atividades e contexto de trabalho do agente socioeducador

“…Os outros AS (n = 3) comentaram que se envolviam mais com atividades de socioeducação. Uma das consequências da pouca clareza dos fundamentos da socioeducação é a redução do trabalho socioeducativo em relação ao maior número de atividades técnico-burocráticas (Brasil et al, 2020).…”

“…Um estudo envolvendo a escuta dos AS sobre os desafios no seu trabalho (Brasil et al, 2020) indicou que podem aparecer condutas de violência (reativa, na maior parte, ou seja, uma ação impetrada por um indivíduo que possui como premissa as aflições causadas por outras violências) para impor a submissão e obediência dos adolescentes, tornando-se um dispositivo de poder no trabalho e um meio de o AS não sucumbir ou demonstrar o medo. O que pode também relacionar-se à falta de sentido no trabalho ou de não acreditar na potência dele, que acabam interferindo sobremaneira na função socioeducativa e colocam em risco a saúde mental dos AS.…”

“…Cabe a ele também, assegurar defesa e proteção a pessoas em situações de risco pessoal e social e a adolescentes em conflito com a lei (Brasil, 2006). Estas duas atividades, de socieducação e de segurança, nem sempre são conciliáveis, podendo expô-lo a situações paradoxais ou de conflito ético (Brasil et al, 2020).…”

Psychodynamics of work: Bibliometric mapping in 53 years of publications indexed in Scopus and agenda for future studies

“…There was a dominance of topics on pleasure and suffering at work (Ros, 2020;Moreira, Tibães & Brito, 2020;Melo et al, 2021;Duarte et al, 2021;Karam, 2021;Trebien et al, 2021;De Vries, Blomme & De Loo, 2021;Gold, 2022); occupational stress (Siqueira et al, 2021;Rodrigues et al, 2021;Vieira et al, 2021); work precarization, gender, and subjectivity (Hirata, 2020;Sznelwar, 2020;Wlosko, 2020;Karam, 2021); work clinic (Uchida, 2021;Brasil, 2021); psychic suffering, work and mental health (Duarte & Dejours, 2020;Jeannin, 2021;Lancman, 2021); Covid-19 and work, ergonomics and sustainable work (Brunoro et al, 2020;Sigahi et al, 2021;Lancman, 2021); work organization (Dashtipour & Vidaillet, 2020); thanatomorphose (Boursier, 2020); work centrality (Demaegdt, 2020); PDW and care (Rolo & Pedrosa, 2021;Molinier, 2021;Gernet, 2021); conflict relations in organizations (Brasil et al, 2020); working conditions (Vieira et al, 2021); burnout (Gernet, 2021); the body place in living work (Dejours, 2022); spirituality and care (Hibon, 2022); relationships between visibility and recognition of caregivers' work from Covid-19 pandemic (Molinier, 2022), among others.…”