Ensino Remoto Para Estudantes Do Público-Alvo Da Educação Especial Nos Institutos Federais

Abstract

RESUMO: Em decorrência da pandemia da Covid-19 e das medidas de distanciamento social requeridas, as aulas presenciais foram suspensas no início de 2020. Diante desse novo contexto, o objetivo do estudo consistiu em analisar como ficou o ensino para os estudantes público-alvo da educação especial (PAEE) nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). A abordagem exploratória e descritiva, do tipo pesquisa de levantamento, foi realizada junto a 156 docentes de diferentes campi dos IFs. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário. Os dados obtidos foram sistematizados, organizados e analisados quantitativa e qualitativamente em categorias temáticas, acompanhando as variáveis do instrumento. Os resultados evidenciaram que os docentes buscaram diferentes alternativas no ensino remoto, tais como: planejar colaborativamente; adotar procedimentos diferenciados no planejamento específico; prever modificações na prática pedagógica; utilizar material didático e avaliações adaptadas etc. As tecnologias e o ambiente virtual foram considerados tanto em aspectos positivos quanto desafiadores. Conclui-se que a demanda para atender às necessidades educacionais dos estudantes PAEE no ensino remoto exigiu o replanejamento dos processos pedagógicos com diferentes ações que variaram a depender de cada instituto. Contudo, faltaram diretrizes para elaborar o plano de ensino individualizado, assim como maior articulação com os professores de educação especial, o que pode impactar a qualidade do ensino e a aprendizagem do PAEE. Sugere-se que outras pesquisas sejam desenvolvidas, buscando maior aprofundamento e a avaliação das experiências docentes durante o ensino remoto no contexto da pandemia.

Teaching Planning for Students of Special Education at Instituto Federal de São Paulo

“…Ambos os professores apresentam tempo de formação entre 11 e 20 anos e possuem como maior titulação cursos de mestrado, realizados na Rede Federal de ensino. Bueno et al (2022) Quanto à participação de outros representantes da comunidade escolar no planejamento para o estudante PAEE, a maioria dos docentes (sete) informou haver a realização de planejamento coletivo com o Coordenador de Curso, com o responsável pela Coordenadoria Sociopedagógica e com o Representante do NAPNE. Conforme observado no Quadro 3, a participação de membros de equipes multiprofissionais envolveu assistentes sociais, psicólogos escolares, técnicos em assuntos educacionais e pedagogos.…”

“…Objetivos menos relatados foram: analisar o trabalho docente, por seis docentes; identificar as dificuldades do aluno PAEE, por seis docentes; planejar intervenções, também por seis docentes; e favorecer a participação nas atividades escolares do estudante PAEE, relatado por quatro docentes. Bueno et al (2022) Sobre as modificações realizadas nas avaliações escritas para o estudante PAEE, seis docentes responderam que fizeram modificações na duração da prova. Quatro relataram auxílio de outro profissional; quatro docentes declararam realizar modificações no conteúdo da prova; quatro realizaram mudanças no modo como as questões poderiam ser respondidas; três realizaram mudanças no modo de impressão e um respondeu "não se aplica".…”

“…Bueno et al (2022) concluíram em seu estudo realizado no período de ensino remoto emergencial, que a maioria dos docentes que realizaram diferenciação de objetivos, o fizeram para estudantes com deficiência intelectual. Professores que não referiram diferenciação de objetivos e conteúdo, lecionavam para estudantes com deficiência física, surdez, surdocegueira e baixa visão, o que corrobora os dados deste estudo.…”

Do presencial ao remoto: um estudo comparativo entre Brasil e Portugal

“…Cabe aqui destacar que durante o primeiro ano de pandemia e até a presente data, temos publicações que além de questionar os gastos da classe docente, a carência dos estudantes por recursos tecnológicos e conexão de internet, apresentam desafios do ensino remoto. Destacamos três publicações neste sentido: i) Ensino remoto para estudantes do público-alvo da educação especial nos Institutos Federais (Bueno et al, 2022); ii) Pessoas com deficiência na pandemia da Covid-19: garantia de direitos fundamentais e equidade no cuidado (Saldanha et al, 2021) e iii) Educação Especial e inclusiva em tempos de pandemia: o lugar de escola e as condições do ensino remoto emergencial (Souza & Dainez, 2020). Dentre os desafios apontados estão a não universalização da internet, bem como as mudanças de rotina dos professores ao aderirem ao home office e os custos extras, como a energia, por exemplo.…”