Desrespeito e abuso durante o parto e depressão pós-parto: uma revisão de escopo

Abstract

O objetivo deste estudo foi mapear na literatura científica a relação entre desrespeito e abuso no parto e a ocorrência da depressão pós-parto. Trata-se de uma revisão de escopo elaborada de acordo com as recomendações do Instituto Joanna Briggs. As buscas foram realizadas nas bases de dados Embase, LILACS, MEDLINE, PsycINFO e Web of Science e no Portal de Teses e Dissertações da CAPES. Foram incluídos estudos que investigaram a relação entre desrespeito e abuso no parto e depressão pós-parto. Foram considerados como depressão os casos diagnosticados pelo médico e os autorrelatos por meio de escalas validadas, sem restrições quanto ao ano de publicação e ao idioma. Identificaram-se 3.399 publicações e, após remoção de duplicatas, leitura de título, resumo e textos completos, houve seleção de sete artigos para integrar esta revisão. Os estudos foram publicados a partir de 2017 e somente em quatro países. As mulheres que tiveram experiências de desrespeito e abuso no parto foram mais propensas a apresentar sintomas de depressão pós-parto. Faz-se necessária uma terminologia padrão para a assistência desrespeitosa e abusiva no parto, bem como a elaboração de instrumento para mensuração que seja aceito universalmente.

Atualizações Em Promoção Da Saúde

“…Desrespeito e abuso durante o parto e depressão pós-parto: uma revisão de escopo. (Conceição et al, 2023).…”

“…Estas incluem uma maior probabilidade de complicações durante o parto, uma menor satisfação com a experiência do parto, uma redução na confiança nas unidades de saúde e um menor envolvimento da mulher nos cuidados de saúde materna e neonatal. Ademais, situações traumáticas durante o parto também estão associadas a um maior risco de problemas de saúde mental, tais como ansiedade, estresse pós-traumático e depressão pós-parto (Conceição et al, 2023). Evidencia-se a atenção integral à saúde da mulher durante o período gravídico-puerperal como um desafio para a saúde pública, pois é necessário fornecer um acompanhamento adequado para a saúde física e mental em todas as fases do ciclo gestatório: gravidez, parto e puerpério, a fim de garantir assistência integral, efetiva e de qualidade.…”

A Atuação Do Enfermeiro Frente À Assistência Puerperal: Depressão Pós-Parto

“…Riscado (2020) incita que os partos abdominais que foram mal indicados ou feitos por motivos extras ao bem-estar materno e fetal estão englobados nos atos de violência obstétrica. O que resume as cesarianas de rotina, que são agendadas conforme a comodidade dos profissionais, sem uma prévia avaliação de um possível parto normal.EmConceição et al (2023) está incitado que o desrespeito e abuso no parto, além de reduzir a confiança das mulheres e suas famílias nas instituições de saúde e profissionais, também exibem relação com problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão pósparto e estresse pós-traumático.A sensação de negligência, o impedimento de um acompanhante durante o parto, lacerações, manobras não indicadas e suporte inadequado podem acarretar nas mulheres um sentimento de abandono e insuficiência, visto o estado de vulnerabilidade em que se encontram e para Zanchetta et al (2021) os fatores citados são suficientes para gatilhos de ansiedade e depressão. Leite et al, (2022) considera que as sociedades que costumam tolerar a violência contra a mulher estão mais propensas a naturalizar os atos, incluindo os que ocorrem no âmbito de assistência à saúde.…”