O uso da categoria de cor/raça em inquéritos populacionais auxilia na compreensão das desigualdades étnico-raciais existentes na sociedade brasileira. Entretanto, em estudos voltados à alimentação e nutrição evidencia-se uma lacuna de informações. O objetivo foi realizar uma revisão bibliográfica da literatura sobre a inserção da categoria cor/raça em estudos baseados nos inquéritos epidemiológicos relacionados à alimentação e nutrição. Realizou-se uma busca manual de inquéritos populacionais que utilizaram a categoria cor/raça e temática de alimentação e nutrição, resultando em 47 publicações. Posteriormente, buscaram-se artigos científicos na base de dados do Banco Virtual de Saúde através de descritores em Ciência da Saúde (DeCs/MeSH). Foram incluídos artigos científicos que abordavam o objetivo da pesquisa, em português, com o texto na íntegra e não foi delimitada a data de publicação, e resultando em 24 artigos elegíveis. A cor/raça foi inserida a partir das categorias branca, preta, parda, indígena, amarela e sem declaração. Ao analisar-se os artigos evidenciou-se o agrupamento de pretos e pardos, ou em brancos e não-brancos. A partir de 2003, evidenciaram-se estudos sobre alimentação e nutrição e a cor/raça. As principais temáticas desenvolvidas foram em relação à insegurança alimentar, uso de fórmula infantil, aleitamento materno, estado nutricional e consumo alimentar. Evidenciaram-se limitações para a discussão da temática, e ainda, a análise das condições de alimentação e nutrição de grupos socialmente raciais vulneráveis só é possível por meio das investigações populacionais que incluem a categoria cor/raça.